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Porteiro volta atrás sobre menção a Bolsonaro em morte de Marielle

Alberto Mateus depôs à PF em inquérito que apura envolvimento indevido do presidente no caso

Por Leandro Resende
Atualizado em 20 nov 2019, 18h59 - Publicado em 20 nov 2019, 18h47
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  • Em depoimento prestado à Polícia Federal, o porteiro Alberto Jorge Mateus afirmou que se enganou ao envolver o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (Psol). Nos dias 7 e 9 de outubro, Alberto disse à Polícia Civil que “seu Jair” autorizou a entrada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, um dos suspeitos do crime, no condomínio Vivendas da Barra, na tarde do dia 14 de março de 2018. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados naquele dia. Queiroz e o policial reformado Ronnie Lessa, também morador do Vivendas da Barra respondem pelo crime.

    VEJA apurou que o depoimento do porteiro Alberto Mateus foi prestado nesta terça-feira, 19. Ele, que está sendo assistido pela Defensoria Pública do Rio, foi ouvido por apenas um delegado da PF, por aproximadamente três horas. O inquérito apura “inclusão indevida” do nome de Bolsonaro nas investigações do caso Marielle Franco e foi instaurado a pedido do Ministério Público Federal após os dois primeiros depoimentos de Alberto serem revelados pela TV Globo.

    Localizado por VEJA em reportagem publicada no começo deste mês, Alberto vivia na Gardênia Azul, bairro da Zona Oeste do Rio dominado pela milícia. Após a história vir à tona, submergiu: amigos e familiares relatam que o homem de hábitos simples passou a viver como um “animal acuado”.

    De acordo com os registros apreendidos no condomínio, Alberto registrou que, no dia da morte de Marielle, Élcio de Queiroz iria na casa 58 do Vivendas da Barra — a de Bolsonaro. A vinte passos dali, na casa 66, morava o policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito de ter dado os disparos que tiraram a vida de Marielle.

    O então deputado federal Jair Bolsonaro, no entanto, estava em Brasília naquele dia, como mostram registros da Câmara dos Deputados. A PF informou que o inquérito tramita sob sigilo. Já a Defensoria Pública do Rio confirmou o depoimento dado ontem, mas não deu detalhes sobre o teor das falas do porteiro.

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