Ocupada pela polícia, mas com repetidos casos de assassinato e investidas do tráfico de drogas, a favela da Rocinha, a maior da zona sul do Rio, é alvo nesta quarta-feira de uma operação policial para tentar capturar o homem acusado de matar um PM durante a madrugada. O suspeito estaria identificado, segundo a Polícia Militar. Durante um patrulhamento pelas ruas da favela, o cabo Rodrigo Alves Cavalcante, de 23 anos, lotado no Batalhão de Choque (BPChoque) foi baleado em uma das axilas. Cavalcante chegou a ser levado para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiu ao ferimento e à perda de sangue.
Coordenador do policiamento na Rocinha, o major Edson Santos negou que a ação tenha sido uma investida contra a ocupação. Segundo ele, a PM acredita que o episódio tenha sido um ato de desespero de um traficante, que, ao ser abordado, atirou e fugiu, temendo ser preso. O suspeito teria deixado para trás uma mochila com documentos e munição para pistola 9 mm – que seria o tipo de bala que atingiu o cabo baleado.
A morte do policial será investigada pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. O caso deflagrou uma grande operação na favela, com cerca de 150 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do próprio BPChoque. Cópias de uma foto do suspeito de matar Cavalcante, que segundo a PM seria Edilson Tenório de Araújo, estão sendo distribuídas na favela. A PM pede que denúncnias sejam encaminhadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou para o e-mail do batalhão: bpchquintel@gmail.com.
A morte do policial é o nono caso de assassinato na Rocinha em dois meses. Como revelou a edição desta semana de VEJA, a coordenadoria de inteligência da Polícia Civil investiga suspeitas de que policiais que atuam na ocupação da Rocinha estariam sendo coniventes com os bandidos em troca de uma caixinha, um “mensalinho”. O valor mensal seria de 80.000 reais, com uma “entrada” de 200.000 reais, como uma luva para dar início à transação.
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