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PM-PE desobedece decisão e facilita evento de grevistas

Por Da Redação
1 ago 2012, 20h05

Por Angela Lacerda

Recife – A Polícia Militar (PM) de Pernambuco ajudou a organizar, na tarde desta quarta-feira, passeata dos policiais civis, em greve há dez dias, que o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PE), Silvio Beltrão, determinou terça-feira (31) que fosse reprimida. A orientação judicial foi de mobilizar o efetivo necessário para impedir sua realização, sob a alegação da possibilidade de “lesão da ordem pública” e incitação “à desobediência civil e criação de tumulto”.

O temor de confronto entre policiais militares e civis caso a passeata, que contou com a participação de 600 grevistas, fosse impedida à força, não se concretizou: a PM, em franca desobediência à determinação do desembargador, utilizou 12 motos e quatro viaturas para orientar o trânsito e facilitar a passeata, que teve percurso de cerca de dois quilômetros, na Avenida Agamenon Magalhães – que liga o Recife a Olinda – até a sede provisória do governo estadual, no Centro de Convenções, onde realizaram assembleia decidindo, por unanimidade, pela manutenção da greve.

Nem a Polícia Militar nem a Secretaria de Defesa Social do Estado assumiram a responsabilidade pela orientação de não cumprir a decisão judicial. Preferiram o jogo do empurra, com suas assessorias dizendo que cabia à outra se pronunciar. O desembargador nada disse e até as 19 horas o governo estadual nada afirmou sobre o assunto. Já os grevistas agradeceram à PM nos discursos feitos em cima de um carro de som. “Somos gratos aos policiais militares que preferiram não confrontar com seus co-irmãos”, afirmou o presidente do Sinpol, Claudio Marinho. Ele havia classificado a decisão do desembargador de “irresponsável”.

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Os policiais civis querem reajuste de 65% e melhores condições de trabalho. Criticam o governo Eduardo Campos por estar colhendo os louros da sua política de segurança – por meio do programa Pacto pela Vida – sem, segundo eles, dar o devido valor aos policiais civis, nem ouvir suas reivindicações. “O resultado do Pacto depende de nós”, destacou Marinho, ao desaprovar “a intransigência” do governo, que se recusava a negociar. O salário inicial da categoria é de R$ 2,6 mil – considerado o segundo pior do País.

Profissionais que trabalham em Garanhuns, no agreste, e participaram da passeata se queixaram por terem tido seus pontos cortados e pagamento do salário atrasado mesmo tendo dado plantão. “O desconto do meu salário foi de R$ 548,63”, indignou-se a comissária Jane Maciel Bezerra, há 25 anos na polícia. “Devido a essa injustiça, aderi ao movimento”. O governo do Estado afirma ter negociado um acordo com a categoria de reajustar os salários de forma escalonada em um total de 47% até 2014. O Sinpol nega a existência do acordo.

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