PM da Rota preso por chacina responde a cinco processos
Fabrício Emmanuel Eleutério foi detido administrativamente nesta segunda-feira. Soldado foi suspeito de integrar grupo de extermínio em 2013
O soldado Fabrício Emmanuel Eleutério, preso administrativamente por supeita de envolvimento na chacina que deixou dezoito mortos em Osasco e Barueri, responde a cinco processos no Estado e já havia sido preso em abril de 2013 sob suspeita de integrar um grupo de extermínio. Eleutério foi detido nesta segunda-feira, depois de ser reconhecido em uma fotografia mostrada a uma testemunha. O policial nega envolvimento nos crimes.
Antes da prisão, o policial, de 30 anos, atuava na área administrativa da corporação e era obrigado a cumprir medidas restritivas: permanecer em casa durante os fins de semana, não se ausentar de Osasco sem prévia autorização da Justiça, não frequentar bares e boates e também não se aproximar de testemunhas dos processos.
Leia mais:
PM é o primeiro preso em investigação de chacina na Grande São Paulo
Investigação de chacina na Grande SP abre crise entre polícias
Corregedoria ouve 32 PMs sobre chacina em SP
Os assassinatos ocorreram no último dia 13, em dez pontos de Osasco. O ataque na Rua Suzano, sétimo local, ocorreu às 22 horas e deixou dois feridos. A força-tarefa que apura as mortes acredita que os homicídios foram praticados por três grupos, ligados entre si. A principal linha de investigação é que as mortes tenham ocorrido em reação à morte de um policial militar e ao latrocínio de um guarda civil nas semanas que antecederam os crimes.
O soldado prestou depoimento ao capitão Rodrigo Elias da Silva, da Corregedoria, na sexta-feira, e disse que na noite dos crimes estava na casa da namorada, onde comeram pizza e assistiram a um filme. Segundo o PM, ele soube que ataques haviam ocorrido em Osasco por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp e, posteriormente, seguiu para sua casa. Além da namorada, de acordo com ele, a sogra, a diarista da casa e o motoboy que levou a pizza o viram na noite dos crimes. Ele não se recordou do nome da pizzaria onde pediu a refeição.
Eleutério negou conhecer o cabo Avenilson Pereira de Oliveira, vítima de latrocínio em um posto de combustível de Osasco. Durante o depoimento, o soldado da Rota liberou acesso a sua conta Google e aos dados do celular. Questionado se tinha arma particular, disse que sim. “Pistola Glock, calibre 380, que se encontra apreendida no Fórum de Carapicuíba.”
Além de prendê-lo, a Corregedoria pediu à Justiça Militar a expedição de mandado de busca e apreensão na residência do policial e de outros dezessete PMs, além de um civil.
(Com Estadão Conteúdo)