PM afasta 8 policiais participantes da ação que resultou na morte de menino
Após abertura de dois inquéritos, os investigadores não negam a hipótese de que Eduardo foi atingido em meio a um tiroteio
Foram afastados de suas atividades oito policiais militares que participaram da ação no Complexo do Alemão em que morreu o estudante Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos. De acordo com o representante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, major Marcelo Corbage, parte dos agentes era lotada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e outra parte no Batalhão de Choque.
Ao todo, onze policiais já foram interrogados na Delegacia de Homicídios sobre a ação policial que matou o menino. “Estamos em um momento difícil”, disse Corbage. “A solução só se dá com apoio de todos, com a população residente, com as forças de segurança e com as autoridades”.
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Em paralelo às investigações da Polícia Civil, foi aberto um inquérito policial militar para apurar o envolvimento dos PMs que participaram da ação na morte do menino Eduardo.
No total, dezesseis pessoas já prestaram depoimento à Polícia Civil no caso. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios da capital fluminense, delegado Rivaldo Barbosa, outros policiais militares serão ouvidos, e alguns poderão prestar um segundo depoimento.
O delegado afirmou que será feita uma reconstituição conjunta dos eventos que levaram à morte de Eduardo, no Complexo do Alemão, depois que os pais do garoto voltarem do Piauí, onde o corpo do estudante foi enterrado na segunda-feira. Também vai ser reconstituído o assassinato de Elizabeth de Moura Francisco, de 40 anos, que também morreu no Complexo do Alemão.
“Vamos nos empenhar para dar uma resposta”, disse o delegado, que se reuniu nesta terça-feira com lideranças comunitárias do Complexo do Alemão.
Barbosa ainda afirmou que a Polícia Civil coletou algumas cápsulas de projéteis no local do crime, que serão analisadas na investigação.
Os responsáveis pelo inquérito não descartam a hipótese de que tenha havido um tiroteio no momento em que Eduardo foi atingido. A mãe dele, Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos, garante que o filho foi baleado por um policial militar – e que saberia reconhecer o autor do disparo.
(Com Estadão Conteúdo)