Um grupo de narcotraficantes especializados em trazer grandes carregamentos de drogas para o Brasil é alvo da Operação Malote, da Polícia Federal, deflagrada nesta sexta-feira. Estão sendo cumpridos mais de 80 mandados judiciais na ação policial.
Baseada em Umuarama, no noroeste do Paraná, a quadrilha tinha ramificações em Mato Grosso do Sul e, conforme a PF, fornecia drogas para São Paulo, Rio de Janeiro e estados da Região Nordeste.
A quadrilha atuava há dois anos, período em que foram apreendidas 39 toneladas de maconha e 160 quilos de cocaína. Ao longo da investigação, em novembro de 2015, a PF também conseguiu fazer, em Porto Camargo (PR), no noroeste do estado, a maior apreensão de maconha já registrada no Brasil. À época 24,5 toneladas foram encontradas às margens do Lago de Itaipu. Os agentes prenderam 21 pessoas.
WhatsApp não coopera
Durante as investigações, os investigadores descobriram que o grupo criminoso se comunicava por mensagens trocadas no WhatsApp e solicitaram à Justiça Federal de Umuarama dados dessas conversas. A Justiça autorizou o monitoramento e determinou que o aplicativo de mensagens repassasse os dados solicitados, mas a empresa não cumpriu a ordem judicial e foi multada diariamente.
Além das duas decisões que suspenderam o funcionamento do WhatsApp no Brasil temporariamente em 2016, as multas aplicadas à empresa por não cooperar com a Justiça brasileira em investigações somam 2,1 bilhões de reais.
Com o apoio da Receita Federal, que identificou o patrimônio da quadrilha, os bens foram bloqueados. No total, 49 equipes da PF participaram da operação, incluindo a Coordenação de Aviação Operacional de Brasília.
Se condenados, os investigados devem responder por crimes ligados à Lei Antidrogas e à Lei de Combate ao Crime Organizado, além de corrupção ativa e passiva. As penas podem ser superiores a 40 anos de prisão.
(com Agência Brasil)