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Navio iraniano em Paranaguá recebe alimentos via barcaças do continente

Petrobras não abastece navios por medo de entrar na lista de sanções econômicas dos Estados Unidos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 4 jun 2024, 15h20 - Publicado em 19 jul 2019, 22h09
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  • As sanções econômicas aplicadas pelos Estados Unidos ao Irã estão se refletindo em águas brasileiras. Dois cargueiros iranianos fundeados próximos ao Porto de Paranaguá, no litoral paranaense, não conseguem deixar o Brasil em consequência de um impasse judicial. A tripulação dos navios vive embarcada e conta com a ajuda do continente para receber mantimentos. Eles comercializam milho e ureia, base da balança comercial entre os dois países.

    Um dos navios, o MV Bavand, está carregado com 48 mil toneladas de milho e deveria ter retornado ao Irã dia 8 de junho, enquanto o MV Termeh espera, desde o dia 9 de junho, abastecimento para ir até o Porto de Imbituba (SC), para receber uma carga de milho também. Ele está um pouco mais afastado do porto, a cerca de 20 quilômetros do cais.

    Segundo a assessoria dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), os navios vêm recebendo alimentações por meios de barcaças que se deslocam do continente até eles. O Bavand tem 20 tripulantes e nenhum deles saiu do navio desde o começo do impasse.

    Em nota, a Petrobras explicou sua opção por não abastecer os navios. “Caso a Petrobras venha a abastecer esses navios, ficará sujeita ao risco de ser incluída na mesma lista, sofrendo graves prejuízos decorrentes dessa sanção. Vale ressaltar que existem outras empresas capazes de atender à demanda por combustível”, informa.

    Além disso, a Petrobras alega que os navios carregariam ureia, que também estariam sujeitas a sanções norte-americanas.

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    “Os navios contratados pela empresa importadora encontram-se sancionados pelos Estados Unidos e listados na Specially Designated Nationals and Blocked Persons List (SDN), da Office of Foreign Assets Control (OFAC). Além disso, há notícia de que esses navios vieram do Irã carregados com ureia, produto também sujeito a sanções norte-americanas”.

    A assessoria da Appa também informou que nenhum barco chegou a carregar no local. “Nenhuma das embarcações movimentou ou vai movimentar carga pelos terminais paraenses. Para abastecer, os navios não precisam atracar”, informou.

    As agências responsáveis pelos navios, a Unimar e Friendship não se manifestaram. Procuradas pela reportagem se limitaram a dizer que “não havia nada a declarar”, conforme contatos com suas bases em Imbituba e em Santos.

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    Outros dois cargueiros iranianos alvo de sanções do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos estão na costa de Santa Catarina, na fila para atracar no Porto de Imbituba. São eles o Ganj e o Delruba. Enquanto o primeiro desembarcará uma carga de 66 mil toneladas de ureia, um fertilizante, o segundo recolherá 67 mil toneladas de milho vendido para o Irã.

    Como o Porto de Imbituba não faz abastecimento de combustível, ambos os navios devem seguir viagem. A Petrobras ressaltou, por meio de nota, que caso os dois navios solicitem combustível à empresa em território brasileiro, o pedido será declinado em virtude das sanções americanas. Ainda de acordo com a estatal, outras empresas podem fazer o abastecimento.

    De acordo com a assessoria de imprensa do Porto de Imbituba, a previsão de atraque do Delruba é para a quarta-feira, 26. O Ganj deve desembarcar a carga de ureia no porto em 21 de agosto.

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    Segundo Guilherme Manoel, representante da Friendship Serviços Portuários, empresa de agenciamento marítimo responsável pela chegada dos dois cargueiros iranianos ao porto catarinense, o Delruba e o Ganj não foram abastecidos em Paranaguá e devem seguir viagem depois de atracar em Imbituba. Apesar disso, não há detalhes sobre a rota que os navios seguirão nem informação disponível se eles necessitarão de combustível no Brasil.

    Ainda de acordo com Manoel, a empresa não sabia que os cargueiros eram alvos de sanções dos Estados Unidos. “Acredito que não deve ter problema e a situação deve se resolver logo”, disse.

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