Após passar pouco mais de quatro horas em Manaus, neste domingo 17, Joe Biden discursou no Museu da Amazônia (Musa). O presidente americano iniciou sua fala citando Chico Mendes, ambientalista e seringueiro assassinado em 1988, em Xapuri (AC), conhecido internacionalmente pela luta em preservar a floresta.
“No final dos anos 80, Chico Mendes, um seringueiro brasileiro que se tornou ativista ambiental, disse o seguinte: ‘A princípio, pensei que estava lutando para salvar os seringais. Então, pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora, vi que estava lutando pela humanidade’”, disse, anunciando, em seguida, as medidas tomadas pelo governo americano para a preservação da Amazônia, incluindo o aporte de 50 milhões de dólares (289,5 milhões de reais) no Fundo Amazônia.
“Não é uma escolha”
Biden também falou sobre a importância da Amazônia para minimizar as mudanças climáticas. “Não é preciso fazer uma escolha entre economia e meio ambiente. Alguns podem tentar negar ou atrasar a revolução de energia limpa que está em curso na América. Mas ninguém, ninguém pode reverter isso”, disse ele, acrescentando que deixa “uma base sólida ao meu sucessor e país para construir, se assim decidirem”, completou, lançando uma indireta a Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que assume o cargo em janeiro e defende a exploração de combustíveis fósseis.
Ele ainda disse que seu governo cumpriu a meta de elevar o financiamento climático internacional dos Estados Unidos, alcançando mais de 11 bilhões de dólares anual em ações de proteção ao meio ambiente em todo o mundo. Assim, instaurou no calendário oficial dos Estados Unidos o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação e reiterou seu apoio ao plano do governo Lula para a criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) .
É a primeira vez que um presidente americano em exercício visita a Amazônia – Biden esteve com líderes e pesquisadores na floresta, antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde participa das reuniões da cúpula do G20 na segunda, 18 e na terça, 19.