O deputado federal e estilista Clodovil Hernandes (PR-SP) teve uma parada cardíaca e morreu às 18h50 desta terça-feira. Horas antes, os médicos do hospital Santa Lúcia, em Brasília, já haviam decretado a morte cerebral do parlamentar, mas ele estava sendo mantido vivo por equipamento. A morte foi decorrência do acidente vascular cerebral (AVC) que Clodovil sofreu na madrugada de domingo.
O hospital informou que amigos do deputado e promotores públicos autorizaram a doação de órgãos. Mas, a grande quantidade de medicamentos utilizados para manter a pressão de Clodovil afetou os órgãos, o que impossibilitou a doação.
Na manhã desta terça, o deputado foi submetido a uma série de exames para diagnosticar a gravidade da lesão cerebral. Um novo boletim médico seria divulgado às 13h, mas, em vista dos resultados, o hospital convocou uma coletiva de imprensa às 16h para anunciar a morte cerebral.
O deputado foi internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Lúcia na manhã de segunda-feira. Ele chegou ao hospital após sofrer um AVC hemorrágico. O deputado foi encontrado por um assessor caído ao lado de sua cama.
O corpo do estilista será transportado de Brasília para São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira. O enterro será nesta quarta-feira no final da tarde no Cemitério Morumbi. Antes, o corpo será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo a partir das 11h30.
Carreira – Um dos mais famosos estilistas e apresentadores do Brasil, Clodovil foi o terceiro deputado federal mais votado do país nas eleições de 2006, com 493.951 votos. Filho de pais adotivos, nasceu em 1937, na cidade de Elisário, interior de São Paulo.
Aos 20 anos, mudou para a capital paulista e logo se firmou como costureiro das celebridades, entre elas Elis Regina, Cacilda Becker e as famílias Diniz e Matarazzo. Na década de 1990, passou a se dedicar somente à televisão, comandando programas como o TV Mulher, na Globo, junto com Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do Turismo. Também pelas redes Manchete, Gazeta e RedeTV.
Em 2004, em um de seus programas, chamou a então vereadora de São Paulo Claudete Alves (PT-SP) de “macaca de tailleur metida a besta”. No ano seguinte, disse à deputada Cida Diogo (PT-RJ) que atualmente “as mulheres trabalham deitadas e descansam em pé”.
Eleito pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC-SP), Clodovil deixou a legenda em 2007 para integrar os quadros do Partido da República (PR-SP). Acusado de infidelidade partidária, foi absolvido por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quinta-feira da semana passada.