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Lula volta a criticar o BC: ‘Não pode estar a serviço do mercado’

Petista também falou que 'não tem que prestar contas a ricaço' e que o presidente da autarquia não pode ter 'viés político'

Por Da Redação Atualizado em 2 jul 2024, 11h41 - Publicado em 2 jul 2024, 06h37
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  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “está preocupado” com a alta do real frente ao dólar e renovou as críticas à autonomia do Banco Central. As declarações ocorrem um dia após o dólar fechar cotado a R$ 5,65, o maior valor em dois anos e meio. Segundo Lula, “há um jogo de interesse especulativo contra o real”. 

    Em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador, na manhã desta terça-feira, 2, o presidente afirmou que o que está acontecendo “não é normal”. A alta da moeda, que já avançou mais de 15% no ano, é atribuída pelo mercado, entre outros fatores, às críticas de Lula ao BC e à autonomia da autarquia.

    “Obviamente que me isso me preocupa. Tenho conversado o que a gente vai fazer, porque não é normal o que está acontecendo”, disse o presidente. “A minha visão sobre o BC não é teórica, é de quem já foi presidente e teve um Banco Central com total autonomia.”

    O presidente voltou a falar que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tem “viés político”, mas que ele precisa esperar a hora de indicar um novo presidente para a autarquia, seguindo a lei da autonomia. O mandato de Campos Neto vai até dezembro deste ano. “O que não dá é ter alguém dirigindo o BC com viés político”, afirmou.

    “Precisamos manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do BC não fique sujeito a pressões políticos. Quando você é democrata, permite isso sem o menor problema, mas quando você é autoritário, você permite que o mercado se apodere do Banco Central. O BC não pode estar a serviço do mercado”, acrescentou.

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    “Prestar contas ao Pobre”

    Na véspera, em evento na Bahia, o presidente afirmou que não tem que prestar contas a “nenhum ricaço ou banqueiro”, mas sim “ao povo pobre e trabalhador”, referindo-se à situação do mercado financeiro nos últimos dias.

    “Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro. Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles”, afirmou o presidente.

    A fala de Lula é mais uma em tom de crítica ao mercado financeiro, o que tem sido rotineiro nos últimos dias.

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