Absolvido por cinco votos a quatro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quinta-feira, o deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) segue nos holofotes do mundo político. Seu partido e as legendas rivais aguardam a definição do futuro do ex-ministro, que tem duas alternativas tentadoras para uma figura pública que estava por baixo desde o escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Palocci pode escolher entre as eleições de 2010, quando seria candidato ao governo de São Paulo, e o retorno ao governo, como ministro das Relações Institucionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com informações obtidas pela coluna Radar on-line de VEJA.com, Palocci tinha como projeto pessoal voltar ao governo caso fosse absolvido pelo Supremo. Em conversa reservada nesta semana, ele dizia não estar propenso a voltar a disputar uma eleição por enquanto. “Vou voltar ao governo. Serei mais útil lá. Passaram dois anos dizendo que eu deveria ser candidato ao governo de São Paulo. Fiquei o tempo recusando. Quando cedi e disse que podia ser o candidato, no dia seguinte o PT arranjou outros três nomes� Ajudo mais a Dilma no governo que como candidato.” A pasta das Relações Institucionais ficará vaga com a saída de José Múcio.
No Palácio do Planalto, porém, a questão ainda é muito discutida. Conforme informações publicadas na edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, Lula prefere Palocci na disputa do governo paulista, o que resolveria de uma só vez os problemas do PT e do governo para 2010. O partido não tem nenhum outro nome forte para desafiar o domínio do PSDB no estado mais populoso e rico do país, e o governo precisa de um bom palanque para defender a candidatura da ministra Dilma Rousseff à sucessão de Lula no ano que vem. As pesquisas realizadas até agora, contudo, não são animadoras: Palocci ainda teria forte rejeição.
“O Supremo fez justiça e a vida dele está liberada, mas vamos observar a reação do eleitorado”, afirmou Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, quando questionado sobre a possibilidade de candidatura ao governo paulista. Apesar da boa imagem deixada no plano administrativo, Palocci segue marcado pela lembrança do escândalo Francenildo, mesmo com a absolvição no Supremo. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta sexta afirma que Palocci fez um acordo com Lula: aceita disputar a eleição para governador para tentar “limpar o nome” na campanha. Se perder e Dilma vencer, assumiria a Casa Civil em um eventual governo da petista.