Líder da greve é preso; PMs deixam Assembleia Legislativa
Marco Prisco foi levado para as instalações do Exército . Ele foi flagrado em escutas incentivando atos criminosos. Fim da greve, porém, não foi anunciado
Por Da Redação
9 fev 2012, 06h41
Foi preso na manhã desta quinta-feira o PM Marco Prisco, líder do movimento grevista na Bahia. Ele foi levado do prédio da Assembleia Legislativa do estado por homens da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal e está agora nas instalações do Exército em Salvador, de acordo com o tenente-coronel Márcio Cunha, e à disposição da Justiça. Prisco tinha mandado de prisão decretado. Mais cedo, os policiais militares grevistas começaram a desocupar a Assembleia Legislativa. Prisco, bem como o outro líder da greve preso, Antônio Paulo Angelini, saiu pela porta dos fundos.
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A desocupação começou às 6h25 deste quinta, após dez dias de paralisação. Soldados do Exército, que cercam o prédio, fizeram uma revista em todos os PMs que saíram do local. As primeiras a deixarem o local foram as mulheres, que saíram a pé, seguidas por um grupo de homens. Depois, deixaram o local PMs em motos e, em seguida, de carro. O líder do movimento, Marco Prisco, saiu da Assembleia diretamente para uma prisão do Exército. O fim da greve, porém, ainda não foi anunciado.
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A saída dos PMs foi anunciada ainda de madrugada pela advogado do grupo. A decisão foi tomada após a divulgação, pelo Jornal Nacional, de grampos telefônicos em que Prisco é flagrado incentivando atos de vandalismo no estado e convocando PMs do Rio de Janeiro e de São Paulo à paralisação. Na noite desta quarta-feira, o cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo foi preso ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, após viagem à Bahia. Benevuto é acusado de incitar o movimento grevista nos Bombeiros e na Polícia Militar do Rio. Escutas telefônicas realizadas com autorização pela Justiça mostram Benevenuto negociando uma possível extensão do movimento grevista da Bahia ao Rio e a São Paulo. Um dos líderes da greve dos bombeiros no Rio no ano passado, Benevenuto foi enquadrado no crime de incitamento, de acordo com o Código Penal Militar e está no presídio de Bangu 1. Ainda faltam cumprir oito mandados de prisão.
O contato entre os manifestantes dos diferentes estados da federação começou ainda em 2008 por causa da PEC 300 (proposta de emenda que estabelece piso salarial para policiais e bombeiros). Em 2011, pelo menos cinco reuniões em Brasília motivaram o encontro do grupo. “O contato tem se dado de forma natural. Os estados enxergam que agora o momento é propício”, explica Daciolo. Nas cabeças dos líderes, não passa despercebido o fato de que, se começar uma greve na sexta, os dois maiores carnavais no país, Rio e Salvador, estarão ameaçados
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Tensão – A greve por aumento salarial e pela concessão de gratificações já dura dez dias e provocou uma onda de crimes que causou mais de 100 assassinatos pela falta de segurança. O governo do estado, que tem fracassado na negociação para dar fim ao movimento, lançou mão de propagandas no rádio para tentar sensibilizar os grevistas e acalmar os baianos e turistas. Nesta quarta-feira começou a ser veiculado um spot em que o governo explica a proposta feita aos grevistas e declara disposição em negociar.
O governador Jaques Wagner levou para a mesa de negociações o que diz ser sua maior oferta: o pagamento das gratificações que os policiais pedem até 2015. Segundo o governador, isso representaria um ganho real de 30% no salário dos PMs, hoje de aproximadamente 2 300 reais. Os representantes da categoria não concordaram com a proposta. Os principais pontos de discórdia são a anistia aos comandantes grevistas e a revogação dos pedidos de prisão de doze líderes do movimento.
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