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Justiça condena oito PMs pela morte de Amarildo

Agentes da Polícia Militar foram condenados a penas entre oito e treze anos de prisão por tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual

Por Da Redação
1 fev 2016, 07h40

A Justiça do Rio de Janeiro condenou oito policiais militares pela morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, de 42 anos, em 2013. De acordo com o programa Fantástico, da TV Globo, a sentença da juíza Daniella Alvarez, da 35ª Vara Criminal do Rio, condenou os policiais a penas entre oito e treze anos de prisão pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.

Até hoje, o corpo do ajudante de pedreiro ainda não foi localizado e ainda há inquéritos em curso para apurar o envolvimento de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) na ocultação do corpo de Amarildo. De acordo com a sentença, a morte do pedreiro foi orquestrada pelo Major Edson Santos, que comandava a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. O Major foi condenado a treze anos e sete meses pelos três crimes.

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Além dele, o subtenente Luiz Felipe de Medeiros foi condenado a dez anos de prisão devido à sua atuação como principal ajudante do major no crime. Os demais policiais foram condenados pelo envolvimento na morte a penas entre oito e onze anos de prisão e também serão expulsos da Polícia Militar.

Outro trecho da sentença, citado na reportagem, indica que o pedreiro foi torturado atrás dos contêineres onde funcionava a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O Major Edson ordenou que os policiais sem envolvimento na ação ficassem em uma sala fechada enquanto outros agentes realizavam interrogatório contra o pedreiro.

Segundo uma das testemunhas ouvidas no processo, Amarildo chegou a implorar para que não fosse torturado: “Me mata, mas não faz isso comigo”, teria dito o pedreiro durante a sessão de tortura.

No processo, a juíza Daniella Alvarez indica que os policiais esperavam que Amarildo contasse o local onde traficantes escondiam armas e drogas na comunidade. A magistrada ainda citou na sentença a situação de “vulnerabilidade” do ajudante de pedreiro frente aos policiais, por ser negro e pobre e também por viver em comunidade marginalizada na sociedade.

O desaparecimento e morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza causou comoção no país em 2013. Imagens de segurança da própria Polícia Militar revelaram que ele foi colocado numa viatura na noite de 14 de julho daquele ano. Os policiais afirmaram que ele foi levado para averiguação, mas o pedreiro nunca mais foi visto. O caso se tornou emblemático nas manifestações populares daquele ano, no Rio, contra o abuso da polícia nas operações em favelas da cidade.

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(Com Estadão Conteúdo)

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