Agentes da Polícia Militar foram condenados a penas entre oito e treze anos de prisão por tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual
Por Da Redação -
1 fev 2016, 07h40
Veja.com Veja.com/VEJA.com
Publicidade
1/32 Parentes e amigos de Amarildo de Souza, fazem protesto na Rocinha, no Rio (Fernando Frazão/ABr/VEJA)2/32 O pedreiro Amarildo (Reprodução/VEJA)3/32 Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje (Renzo Gostoli/VEJA)4/32 Filhos do pedreiro Amarildo, na nova casa da família, na Rocinha (Renzo Gostoli/VEJA)5/32 Rio: reconstituição do caso Amarildo, na favela da Rocinha (Gabriel de Paiva/Agência O Globo/VEJA)6/32 Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje (Renzo Gostoli/VEJA)7/32 Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje (Renzo Gostoli/VEJA)8/32 Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje (Renzo Gostoli/VEJA)9/32 Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje (Renzo Gostoli/VEJA)10/32 Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje (Renzo Gostoli/VEJA)11/32 Filho do pedreiro Amarildo, na nova casa da família, na Rocinha (Renzo Gostoli/VEJA)12/32 Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje (Renzo Gostoli/VEJA)13/32 Filho do pedreiro Amarildo, na nova casa da família, na Rocinha (Renzo Gostoli/VEJA)14/32 Parentes e amigos de Amarildo de Souza refazem o trajeto onde o ajudante de pedreiro foi visto pela última vez, quando foi levado por policiais militares para a UPP da Rocinha, no Rio (Fernando Frazão/ABr/VEJA)15/32 Parentes e amigos de Amarildo de Souza, fazem protesto na Rocinha, no Rio (Fernando Frazão/ABr/VEJA)16/32 Parentes e amigos de Amarildo de Souza fazem um enterro simbólico em protesto na Rocinha, no Rio (Fernando Frazão/ABr/VEJA)17/32 Parentes e amigos de Amarildo de Souza refazem o trajeto onde o ajudante de pedreiro foi visto pela última vez, quando foi levado por policiais militares para a UPP da Rocinha, no Rio (Fernando Frazão/ABr/VEJA)18/32 A Anistia Internacional promove na comunidade da Rocinha, um ato de solidariedade à família do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, no Rio (Tânia Rêgo/ABr/VEJA)19/32 A Anistia Internacional promove na comunidade da Rocinha, um ato de solidariedade à família do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, no Rio (Tânia Rêgo/ABr/VEJA)20/32 Protesto contra o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza no Rio de Janeiro (AFP/VEJA)21/32 Caso Amarildo: Família do pedreiro da Rocinha pede justiça em camisetas com o rosto dele (Ana Branco/Agência O Globo/VEJA)22/32 Manifestações durante a Jornada Mundial da Juventude, em 26/07/2013 (Gabriela Batista/VEJA)23/32 Manifestantes fazem passeata em São Paulo contra desaparecimento de pedreiro Amarildo de Souza (Miguel Schincariol/AFP/VEJA)24/32 Elizabeth, viúva de Amarildo, acompanha julgamento de PMs acusados de matar pedreiro (João Laet/Agência O Dia/VEJA)25/32 Manifestantes fazem passeata em São Paulo contra desaparecimento de pedreiro Amarildo de Souza (Neslon Almeida/AFP/VEJA)26/32 Polícia Civil continua buscas pelo corpo de Amarildo na Rocinha (Alexandre Brum/Agência O Dia/VEJA)27/32 Marcha das Vadias organizado pela Associação de Mulheres Brasileiras (AMB), em protesto contra a opressão e controle da sexualidade das mulheres (Gabriela Batista/VEJA)28/32 Novo depoimento levou bombeiros e Polícia Civil a fazer novas buscas pelo corpo de Amarildo na Rocinha (André Luiz Mello/Agência O Dia/VEJA)29/32 Uma viatura do Bope sobre a favela da Rocinha na noite do desapareciemnto do pedreiro Amarildo: presença da tropa foi omitida nos depoimentos de acusados (Reprodução/VEJA)30/32 Rio: protesto da Rocinha a Ipanema lembrou o desaparecimento do pedreiro Amarildo (Pedro Kirilos/Agência O Globo/VEJA)31/32 Câmera de vigilância na Rocinha mostra Amarildo (em destaque) sendo levado de casa por policiais da UPP (Reprodução/TV/VEJA)32/32 Manifestantes fecham os dois sentidos do túnel Zuzú Angel na Rocinha para protestar contra o desaparecimento de Amarildo (Marcelo Piu / Agência O Globo/VEJA)
A Justiça do Rio de Janeiro condenou oito policiais militares pela morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, de 42 anos, em 2013. De acordo com o programa Fantástico, da TV Globo, a sentença da juíza Daniella Alvarez, da 35ª Vara Criminal do Rio, condenou os policiais a penas entre oito e treze anos de prisão pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.
Até hoje, o corpo do ajudante de pedreiro ainda não foi localizado e ainda há inquéritos em curso para apurar o envolvimento de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) na ocultação do corpo de Amarildo. De acordo com a sentença, a morte do pedreiro foi orquestrada pelo Major Edson Santos, que comandava a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. O Major foi condenado a treze anos e sete meses pelos três crimes.
Além dele, o subtenente Luiz Felipe de Medeiros foi condenado a dez anos de prisão devido à sua atuação como principal ajudante do major no crime. Os demais policiais foram condenados pelo envolvimento na morte a penas entre oito e onze anos de prisão e também serão expulsos da Polícia Militar.
Outro trecho da sentença, citado na reportagem, indica que o pedreiro foi torturado atrás dos contêineres onde funcionava a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O Major Edson ordenou que os policiais sem envolvimento na ação ficassem em uma sala fechada enquanto outros agentes realizavam interrogatório contra o pedreiro.
Segundo uma das testemunhas ouvidas no processo, Amarildo chegou a implorar para que não fosse torturado: “Me mata, mas não faz isso comigo”, teria dito o pedreiro durante a sessão de tortura.
Publicidade
No processo, a juíza Daniella Alvarez indica que os policiais esperavam que Amarildo contasse o local onde traficantes escondiam armas e drogas na comunidade. A magistrada ainda citou na sentença a situação de “vulnerabilidade” do ajudante de pedreiro frente aos policiais, por ser negro e pobre e também por viver em comunidade marginalizada na sociedade.
O desaparecimento e morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza causou comoção no país em 2013. Imagens de segurança da própria Polícia Militar revelaram que ele foi colocado numa viatura na noite de 14 de julho daquele ano. Os policiais afirmaram que ele foi levado para averiguação, mas o pedreiro nunca mais foi visto. O caso se tornou emblemático nas manifestações populares daquele ano, no Rio, contra o abuso da polícia nas operações em favelas da cidade.