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Testemunha do caso Amarildo é assassinada no Rio

O policial militar Adson Nunes da Silva morreu com um tiro na cabeça no último sábado, em Mesquita, na Baixada Fluminense

Por Leslie Leitão 9 mar 2015, 21h28

Testemunha que ajudou a esclarecer o Caso Amarildo, o soldado Adson Nunes da Silva foi assassinado com um tiro na cabeça na tarde de sábado, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Lotado na Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro, ele foi atingido por uma bala na testa. O policial ainda foi levado até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região por ocupantes de um veículo preto, mas não resistiu. Amarildo foi sequestrado, torturado, morto e teve o cadáver ocultado por PMs da UPP da Favela da Rocinha em julho de 2013.

O crime contra o soldado acendeu o alerta na Divisão de Homicídios, que quer esclarecer as circunstâncias deste caso rapidamente para saber se existe alguma relação com seus depoimentos no caso Amarildo. O nome do policial, no entanto, não figurava na lista de testemunhas arroladas pelo Ministério Público para serem ouvidas em juízo.

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Nunes, como era conhecido, estava lotado na UPP Rocinha na época do crime e chegou a integrar a equipe de Douglas Roberto Vital Machado, conhecido como Cara de Macaco. Ele é apontado nas investigações e está denunciado pelo Ministério Público como o responsável por capturar Amarildo dentro de um bar da favela, na noite de 14 de julho, e levá-lo a uma sessão de tortura. Em depoimento, Nunes confirmou que Cara de Macaco já conhecia Amarildo, contradizendo o colega de farda, que negava tal fato.

Outra colaboração importante dada pelo policial morto é relativa à tentativa dos policiais da UPP de imputarem a traficantes da Rocinha o desaparecimento do pedreiro. Os soldados Marlon Campos Reis e o mesmo Vital, o Cara de Macaco, simularam uma ligação telefônica para dar veracidade à farsa. Marlon tentou se passar por um traficante, fez supostas ameaças e disse que ‘já botou o Boi [apelido de Amarildo] na sua conta’. O telefonema tinha o objetivo de desviar o foco da investigação, já que a conversa estava sendo monitorada e gravada pela Operação Paz Armada, deflagrada pela Polícia Civil quatro meses antes.

Nunes e outros policiais chegaram a colaborar na ‘Paz Armada’, trabalhando como agentes infiltrados, o que o Ministério Público classifica como “ação controlada”. Os PMs se passavam por corruptos para terem contato com os traficantes da favela. Durante esse período, no entanto, várias práticas de tortura contra moradores foram detectadas, e os PMs acabaram denunciados pelo MP, inclusive Nunes e Vital, que viraram réus em dois casos diferentes de tortura. O primeiro, que não estava na captura de Amarildo, teve o direito de responder em liberdade. E, por isso, atualmente estava lotado na Coordenadoria de Inteligência da instituição, trabalhando normalmente.

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