Júri absolve PMs acusados de executar suspeito em SP
Caso ocorrido em 2011 foi narrado por testemunha em ligação para a polícia
O Tribunal do Júri de Ferraz de Vasconcelos absolveu na noite desta quinta-feira dois policiais militares acusados de executar um suspeito em um cemitério da cidade, que fica na região metropolitana de São Paulo. O caso ocorreu em março de 2011, e ganhou repercussão com a divulgação do áudio de uma ligação para o 190 feita por uma professora que descreveu a suposta execução em tempo real.
Os policiais Felipe Daniel Silva e Ailton Vital da Silva foram presos em abril de 2011. A vítima, identificada como Dileone Lacerda de Aquino, de 27 anos, havia sido detido por suspeita de roubo. Os PMs alegavam que ele tentou reagir e por isso acabou sendo baleado.
O julgamento durou cerca de nove horas. Ao final, os jurados decidiram por quatro votos contra três que os policiais agiram em legítima defesa. O Ministério Público ainda pode recorrer da decisão.
Em dezembro de 2011, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo assinou parecer favorável para conceder uma indenização à família da vítima. O valor estabelecido foi de 100 000 reais mais uma pensão mensal no valor de um terço de salário mínimo e o reembolso dos gastos com o sepultamento. Logo após o julgamento, nesta quinta-feira, a mãe da vítima disse aos jornalistas que acompanharam o júri que nunca recebeu os 100 000 reais e que só a pensão de um terço de salário vem sendo paga.