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Joesley: “Não tenho raiva do Cleto. O que ele disse é verdade”

Cleto relatou desvios no FI-FGTS para que empresas, inclusive a Eldorado Celulose, da holding que abriga a JBS, pudessem ser beneficiadas com repasses

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 set 2017, 11h33 - Publicado em 5 set 2017, 11h08
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  • Em um dos trechos das conversas entre o empresário Joesley Batista, responsável pela delação premiada que jogou o governo Temer na lona, e seu subordinado, o diretor de Relações Institucionais, Ricardo Saud, o dono da JBS comenta uma outra delação, a do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto. As revelações de Cleto foram responsáveis por levar para a cadeia o doleiro Lúcio Funaro, operador de políticos da cúpula do PMDB e agora também ele um colaborador da justiça.

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    “Não tenho raiva do Cleto. O que ele disse é verdade”, disse Joesley na conversa com Saud, a qual VEJA teve acesso.

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    Conforme VEJA revelou em julho de 2016, Cleto declarou à força-tarefa da Lava-Jato que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, cobrava propina das empresas interessadas em obter recursos do FI-FGTS, um fundo de investimentos em infraestrutura administrado pela Caixa. Em cada contrato, segundo disse Cleto, Cunha embolsava entre 0,3% e 1% do valor total. Cabia a Funaro participar da coleta da comissão. O método teria sido aplicado quando o FI-FGTS aprovou o repasse de 940 milhões de reais à Eldorado Celulose, empresa da J&F, holding que abriga também a JBS, a maior empresa de carnes processadas do mundo. Os investigadores descobriram que Funaro, nessa operação, arrecadou ao menos 9 milhões de reais, o que confere com o 1% de que fala Cleto. A Polícia Federal fez busca e apreensão na sede da JBS e na casa de seu dono, Joesley Batista, em São Paulo. Na delação, Cleto disse que Cunha também embolsou propina em operações do FI-FGTS com a OAS e a Odebrecht.

    A corrupção no fundo funcionava no modelo tradicional. Cunha escalava Cleto, seu preposto na Caixa, para criar dificuldades, e, depois, vendia facilidades. Se a empresa não pagava a propina, Cleto pedia vista do processo. Certa vez, Cunha contou com a ajuda de Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Dilma e Temer, então na presidência da Câmara, para pressionar a cúpula da Caixa a aprovar a liberação de recursos do FI-FGTS à OAS Óleo e Gás e ao Estaleiro Atlântico Sul, de propriedade da Camargo Corrêa e da Queiroz Galvão. No gabinete de Henrique Alves, Cunha disse a executivos da Caixa que, se o dinheiro não saísse, Cleto impediria o avanço de qualquer projeto de interesse do governo. Conforme revelado por VEJA.com, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já denunciou Henrique Alves, Eduardo Cunha, Fábio Cleto e Lúcio Funaro por participação no esquema de corrupção da Caixa. O cerco ao PMDB é amplo e irrestrito. Outro delator acusou o presidente do Senado, Renan Calheiros, e a cúpula do partido de receber propina de um ex-dire­tor do grupo Hypermarcas.

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