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João de Deus diz não reconhecer mulheres que o acusaram de abuso

Em depoimento a promotores do Ministério Público de Goiás, médium afirmou que 'da forma como foram descritos, os fatos não ocorreram'

Por Agência Brasil Atualizado em 26 dez 2018, 16h24 - Publicado em 26 dez 2018, 15h21
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  • Em seu primeiro depoimento ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), João Teixeira de Faria, o João de Deus, declarou não reconhecer mulheres que o acusam de crimes sexuais. Nesta quarta-feira, 26, o médium foi confrontado com três casos de denunciantes, entre centenas de acusações coletadas nas últimas semanas. O depoimento foi prestado a promotores que investigam as acusações de abuso contra frequentadores do centro espírita Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). Ainda nesta quarta, Ana Keyla Teixeira, mulher de João de Deus, será ouvida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).

    Segundo o advogado Alex Neder, que acompanhou as declarações, os promotores de Justiça Luciano Miranda Meireles e Paulo Eduardo Penna Prado se fixaram em três dos casos que estão sendo apurados pelo MP goiano – segundo o qual já foram coletados 78 depoimentos formais de mulheres de todo o país que se apresentam como vítimas de abuso sexual de João Teixeira.

    “O senhor João respondeu a todas as perguntas, negando a todas as acusações”, disse o advogado. De acordo com o Neder, o médium não identificou nenhuma das três denunciantes, garantindo não se lembrar delas. Além disso, João de Deus reafirmou que os atendimentos que oferece ocorrem às vistas de muitas pessoas que frequentam a Casa Dom Inácio.

    “Ele explicou pormenorizadamente aos promotores que as fotos dos locais em que, segundo as mulheres, teriam ocorrido o abuso, indicam locais abertos, onde sempre há muita gente esperando ser atendida ou o auxiliando”, comentou o advogado, afirmando que, segundo a explicação do médium, as fotos exibidas pelos promotores são do salão da Casa Dom Inácio, que dá direto para o estacionamento.

    “Ele garantiu aos promotores que, da forma como foram descritos, os fatos não ocorreram”, acrescentou o advogado.

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    Defesa

    A defesa espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) aprecie o pedido de liberdade apresentado depois que o Tribunal de Justiça de Goiás e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negaram os pedidos de liminar (decisão provisória) para que o acusado fosse liberado para responder ao inquérito em casa, usando, se necessário, tornozeleira eletrônica.

    “Nossa maior preocupação é que ele tem 76 anos, tem problema de coração e, recentemente, tratou-se de um câncer. O local [Casa de Custódia] é inadequado para alguém de sua idade e que precisa de cuidados médicos e de uma dieta adequada. Por isso estamos pleiteando a soltura e a possibilidade dele responder aos processos em casa, se necessário, com tornozeleira”, acrescentou Neder.

    De acordo com o MP-GO, mais de 600 mensagens já chegaram à força-tarefa. Destas, cerca de 260 são de potenciais vítimas do médium, sendo que onze delas residem no exterior: Estados Unidos (4), da Austrália (3), da Alemanha (1), da Bélgica (1), da Bolívia (1) e da Itália (1).

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