Após uma reunião de quase três horas, realizada nesta quinta-feira na residência do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), vinculou a decisão do partido sobre a permanência no governo Michel Temer (PMDB) ao julgamento da ação impetrada pela própria legenda que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o prefeito João Doria (PSDB-SP) participaram do encontro. A Corte vai retomar o julgamento em 6 de junho.
“Nós estamos dando como uma data importante o julgamento do TSE dia 6”, disse. O novo dirigente tucano disse ainda que qualquer movimentação política vai passar pelo presidente Michel Temer. “Qualquer movimentação (em caso de eleição indireta) seria em conjunto com o presidente Temer, qualquer coisa tem que passar pelo presidente e pela avaliação dele”, declarou.
Jereissati contou que estava viajando para Fortaleza, onde vai conversar com outros governadores e prefeitos tucanos. Na semana que vem, ele se reunirá com as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado para apresentar o resultado das consultas. Além disso, vai conversar com dirigentes de outros partidos aliados, especialmente o DEM. A ideia é desembarcar do governo Temer quando for construída uma candidatura de consenso para disputar os votos do colégio eleitoral em uma eventual eleição indireta.
Questionado sobre uma possível candidatura a presidente nesse cenário, Jereissati desconversou. “Nem pensei nisso, ninguém pensou nisso”, afirmou. Comentando a reunião com os tucanos paulistas, o presidente interino reconheceu que existem pontos divergentes entre FHC, Alckmin e Doria, mas não especificou quais. “A unanimidade é: nada se pode fazer se afastando sequer um milímetro da Constituição”, afirmou. Ele reforçou que todos acham que é preciso “tranquilidade e cautela” antes de uma decisão. O senador defendeu a ideia de que, com uma aliança com Temer e outros partidos, é possível trazer “paz ao país”.
O presidente da legenda tucana ainda criticou o PT, que está decidindo sobre não participar de uma eleição em colégio eleitoral e exigir diretas. “O PT entrou numa linha de exacerbação e radicalismo fora da Constituição”.
(Com Agência Brasil)