Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, pediu afastamento do cargo. A decisão foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial do Estado de São Paulo. Em seu pedido, o conselheiro alega que precisa desses dias longe das funções para elaborar sua defesa. Marinho é acusado ter recebido 2,7 milhões de dólares em propinas da multinacional francesa Alstom. O conselheiro é investigado de envolvimento no esquema que fraudou licitações de trens e metrô em São Paulo. Ele está sob investigação do Ministério Público de São Paulo e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido de licença, inicialmente de sete dias, pode ser prorrogado por mais noventa.
O conselheiro poderá usufruir da chamada licença-prêmio a que todo funcionário público tem direito a cada cinco anos de trabalho. Marinho só deverá voltar ao cargo no TCE no dia 13 de junho e poderá, imediatamente, prorrogar o período de afastamento.
O pedido foi entregue ao presidente do TCE Edgard Camargo Rodrigues na noite de terça-feira.
Marinho exerce a função de conselheiro do TCE desde 1997. Ele também é ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), e já foi alvo de duas investigações: uma criminal, pelo STJ, e outra por improbidade administrativa, pelo MP. O conselheiro teve, inclusive, uma conta bancária bloqueada em um banco na Suíça com o valor de 1,1 milhão de dólares. O valor teria sido depositado por lobistas usados pela Alstom.
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