Instituto Royal acusa ativistas de furto de animais
Ativistas recolheram os animais do prédio do laboratório suspeito de praticar maus tratos; polícia percorre clínicas veterinárias para recapturar cães
Por Da Redação
18 out 2013, 12h57
O Instituto Royal, investigado pelo Ministério Público pelo uso de cães em testes para a indústria farmacêutica, registrou um Boletim de Ocorrência de furto na Delegacia de São Roque, no interior de São Paulo, contra os cerca de cem ativistas que invadiram o laboratório na madrugada desta quinta-feira e recolheram os 178 animais da sede do instituto. A direção do Royal pretende processar os ativistas na Justiça supostas depredações e saques.
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De acordo com o diretor científico do instituto, João Antônio Pegas Henriques, serão usadas imagens da invasão para identificar os líderes.”Estamos acionando nosso departamento jurídico para responsabilizar nas esferas civil e criminal os autores dessa invasão, pois houve saques e danos.” Segundo Henriques, além de retirar e levar os animais, os invasores arrombaram portas, depredaram instalações e furtaram computadores e documentos.
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Os ativistas percorreram os três andares do prédio e recolheram os animais. A ação foi comandada por um grupo que estava acampado na frente do prédio. A Polícia Militar impediu que o grupo deixasse o local, mas muitos ativistas já tinham saído do estabelecimento levando animais em seus veículos.
Segundo os protetores de animais, não há como precisar o número de animais retirados do laboratório, já que ONGs diferentes participaram do recolhimento. A maioria dos ativistas diz que mais de 250 cães da raça beagle, cinquenta coelhos e alguns gatos foram recolhidos. Não sobrou nenhum animal no estabelecimento.
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A direção do instituto classificou a invasão como “ato de terrorismo” e informou que suas atividades são acompanhadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Agência informou por meio de nota que “as regras para o uso de animais em pesquisa não são definidas pela Anvisa e não são objeto de fiscalização”. A Anvisa informou ainda que firmou uma cooperação com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam) para que sejam validados métodos que dispensem o uso de animais.
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Segundo relato de grupos de defesa dos animais, a Polícia Militar da cidade está fazendo uma ronda nas clínicas veterinárias da região para recapturar os animais retirados do local. A localização deles pode ser rastreada por meio de chips implantados sob a pele dos animais.
Em outubro de 2012, um vídeo mostrou cães sendo maltratados no pet shop Quatro Patas, no bairro de Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro. Nas imagens, gravadas por uma testemunha dos maus tratos, o filho da dona do estabelecimento, Daniel Barroso, de 20 anos, é flagrado agredindo cães durante o banho. O rapaz dá tapas e socos nos animais – a maioria de pequeno porte e de raças dóceis. Um labrador preto, dominado pela coleira e sem reagir, é empurrado contra a parede e recebe golpes na cabeça com uma garrafa de plástico. Outro cão parece se afogar enquanto uma grande quantidade de água é jogada em seu focinho. A mãe do rapaz, Solange Barroso, na época disse que não sabia do fato, mas apareceu em um dos vídeo das agressões.
Uma mulher foi filmada ensinando seu filho pequeno a agredir um cão da raça poodle toy em um condomínio na Zona Norte de Porto Alegre (RS). O registro foi feito por um vizinho no dia 13 de maio de 2013. As imagens mostram a mulher no andar térreo lançando o cão contra a parede e estimulando o filho a dar pontapés no animal. Ela também aparece no vídeo segurando um bebê de colo enquanto bate no filhote. O animal foi resgatado e adotado pelo subsíndico do condomínio. A agressora acabou indiciada por três crimes: maus-tratos contra animais, maus-tratos contra crianças e constrangimento de menores.
A enfermeira Camila Corrêa Alves de Moura Araújo dos Santos, de 22 anos, foi flagrada por um vizinho espancando uma cadela da raça yorkshire em dezembro de 2012, em sua casa em Goiás. O cachorro morreu. Na gravação, Camila aparece arremessando o animal e batendo diversas vezes nele com um balde diante da filha de 1 ano e meio. O vídeo causou uma onda de protestos nas redes sociais e teve quase 1,5 milhão de acessos. Em seu depoimento, a enfermeira afirmou que não estava nervosa quando praticou a agressão. Ela disse à polícia que bateu na cadela porque chegou em casa e encontrou sujeira de fezes e urina do animal.
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