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Índios se perdem por oito horas no Rio de Janeiro

Por Da Redação
13 jun 2012, 20h39

Por Antonio Pita

Rio – Após três dias de viagem de ônibus entre Campinópolis, no Mato Grosso, e o Rio de Janeiro, 40 índios xavantes chegaram no início da manhã de quarta-feira ao pavilhão do Riocentro onde acontecem os debates oficiais da Rio+20, mas não conseguiram entrar.

Sem credencial para o evento oficial e sem informações sobre a localização da Aldeia Kari-Oca, onde os povos indígenas de todo mundo se reúnem até o dia 22, os xavantes tiveram que esperar dentro do ônibus por cerca de oito horas até serem conduzidos pela Guarda Municipal ao local do evento.

“Chegamos às 5h da manhã no Rio e só conseguimos encontrar o local às 13h. Ficamos rodando pela cidade, sem informações. Não tem como, isso dificulta muito para nós”, afirmou um dos índios xavantes, Márcio Tehidgatsé.

Além da dificuldade de encontrar a aldeia, localizada na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (zona oeste), os índios xavantes também reclamaram da organização e das instalações do evento, ainda não concluídas. As principais estruturas estavam cobertas de lama em função das chuvas do últimos dias. “As despesas da viagem também não chegaram. Até o motorista precisou ajudar na nossa alimentação”, afirmou Tehidgatsé.

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O líder indígena e organizador do evento, Marcos Terena, confirmou que parte dos recursos destinados ao evento ainda não foi liberada, mas minimizou os incidentes envolvendo os xavantes. “Tivemos um problema de comunicação que já foi resolvido”, afirmou.

Orçada em R$ 1,5 milhão, financiadas com recursos do Ministério dos Esportes, a Aldeia Kari-Oca recebeu na tarde de quarta-feira as delegações de dez nações indígenas do país, além de representantes dos povos nativos da Guatemala, do México e do Canadá. Até o final do evento, a expectativa é que cerca de mil indígenas circulem no local, que recebeu reforço no policiamento com 170 homens da Força Nacional de Segurança.

Fogo

As atividades da Aldeia Kari-Oca começam, oficialmente, na quinta-feira com os Jogos Verdes Indígenas, uma competição de modalidades esportivas tradicionais. Na tarde de quarta, um grupo de pajés das tribos já instaladas no alojamento realizaram uma cerimônia espiritual para acender o Fogo Sagrado, que prepara o ambiente para o evento.

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Durante o ritual, os índios cantavam e dançavam no mesmo local onde, em 1992, foi realizada a primeira edição da Kari-Oca. Os pajés e líderes fizeram orações em diferentes idiomas, pedindo a união dos povos contra a devastação da natureza.

O tema voltará ao centro dos debates entre os pajés na Oca do Saber, que concentra as conferências temáticas relacionadas à agenda de discussões oficiais da Rio+20. Na próxima segunda-feira, um documento será entregue aos representantes das Nações Unidas com as demandas dos povos tradicionais. Entre as questões levantadas pelos líderes, estará a oposição ao conceito de economia verde.

“Para compensar sua contaminação, os países ricos querem privatizar nossos bosques e reservas. Não podemos vender o ar, a terra. São elementos sagrados. Nós, os povos indígenas, somos os principais atores deste debate, mas não podemos entrar na conferência”, afirmou a ativista mexicana Berenice Sanchez.

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