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Pretos e pardos são 69% entre os que não têm saneamento, diz IBGE

Dados são do Censo 2022, que indica melhora, mas mostra que as populações preta, parda e indígena ainda são as mais prejudicadas

Por Lucas Mathias Atualizado em 23 fev 2024, 16h37 - Publicado em 23 fev 2024, 11h10

Novos dados divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que cresceu, de 2010 até aqui, o número de pessoas que vivem em domicílios conectados à rede de coleta de esgoto. Naquele momento, eram 52,8% da população e, segundo o último levantamento, o Censo 2022, agora são 62,5%. Em 2000, essa parcela era de apenas 44,4%. Tal aumento foi verificado em todos os estados brasileiros. O avanço, no entanto, segue desprestigiando especialmente pretos e pardos: eles representam 69%, ou cerca de 33,6 milhões de pessoas, dentre aqueles que não têm acesso ao saneamento básico, apenas a fossas rudimentares ou buracos, valas, rios, córregos ou mares, além de não terem banheiro à disposição. No total, 24,3% dos brasileiros — ou seja, 49 milhões de pessoas — seguem com soluções de esgotamento sanitário precárias.

O estado onde houve maior aumento da cobertura da coleta de lixo, de 2010 a 2022, foi o Maranhão. Lá, o crescimento percentual foi de 16,3 pontos. Ainda assim, o estado segue como o que tem a menor parcela de seus habitantes, proporcionalmente, com acesso a esse direito: apenas 69,8%. São Paulo, por outro lado, é a unidade da federação que tem a maior parte de sua população (99%) atendida pela coleta de lixo. No Brasil, os tipos de descarte mais frequentes verificados foram o “coletado no domicílio por serviço de limpeza” (82,5%) e o “depositado em caçamba de serviço de limpeza” (8,4%).

Outro ponto positivo mostrado pelo último Censo, além da maior abrangência do saneamento, foi o acesso a banheiros de uso exclusivo. Agora, 97,8% da população já tem, no mínimo, um banheiro apenas no seu domicílio. Cerca de 0,6% dos brasileiros ainda habitam, porém, em locais sem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções.Outros 0,5% precisam compartilhar um local como esse com outros domicílios. 

As duas maneiras mais comuns para o esgotamento sanitário no país são por “rede geral ou pluvial” (58,3%) e “fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” (13,2%) — esta última, apesar de não se interligar ao tratamento geral, é considerada adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Por outro lado, 49 milhões de pessoas (24,3%) ainda usam recursos precários para o saneamento. A “fossa rudimentar ou buraco”, por exemplo,é a forma de esgotamento sanitário de 19,4% dos brasileiros.“

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Pretos, pardos e indígenas têm menos acesso

O Sudeste é o mais atendido pela coleta de esgoto, com 86,2% de sua população com acesso a esse direito. A Região Norte, todavia, é a que teve a menor taxa nesse indicador. Já no recorte por idade, são os jovens que apresentam maior incidência de precariedade no acesso ao saneamento básico. Na população entre 0 e 4 anos, 3,4% residiam em domicílios sem canalização de água, por exemplo, enquanto no grupo com 60 anos ou mais, essa proporção foi de 1,9%. 

Quando os dados são segmentados por cor, pessoas brancas e amarelas tiveram as maiores proporções de conexão de redes de serviços de saneamento básico e maior índice de presença de instalações sanitárias nos domicílios. O cenário é o distinto com pretos, pardos e indígenas, que tiveram proporções menores. Analista da pesquisa, Bruno Perez explica que esse panorama “está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento”. Ele aponta ainda que os brasileiros brancos têm mais acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo em todas as cidades mais populosas do Brasil.

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