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Humaitá: prefeito pede ajuda do Exército aos índios

Após revolta da população do município no Amazonas, índios foram orientados a ficar confinados na reserva e não retornarem à cidade

Por Da Redação
2 jan 2014, 19h29

O prefeito de Humaitá, José Cidinei Lobo do Nascimento (PMDB), enviou nesta quinta-feira um apelo ao Exército para que seja garantida assistência aos índios da Terra Indígena Tenharim Marmelos. Segundo ele, desde que as instalações e veículos da Fundação Nacional do Índio (Funai) na cidade foram incendiados por uma revolta popular no último dia 25, os indígenas ficaram sem atendimento e estariam privados de remédios e alimentos. Eles também foram orientados a não ir para a cidade e estão confinados na reserva.

“O Exército e a Força Nacional controlam a área e têm condições de garantir a chegada de auxílio aos índios, que são habitantes do nosso município”, disse o prefeito. O pedido seria reforçado em contato do prefeito com o general Ubiratan Poty, comandante da 17ª Brigada do Exército em Porto Velho (RO), na noite desta quinta-feira. O general retornou à cidade em razão do clima tenso que ainda persiste na região.

Leia ainda: Conflito com índios no AM retoma tensão de 125 anos atrás

As buscas pelos três homens desaparecidos desde 16 de dezembro quando cruzavam a reserva indígena continuam. O advogado contratado pelos familiares, Carlos Terrinha, informou que até a tarde desta quinta não havia indício dos três homens – o professor Stef Pinheiro, o comerciante Luciano Ferreira Freire e o técnico Aldeney Ribeiro Salvador. Eles teriam sido mortos pelos índios em represália ao suposto assassinato do cacique Ivan Tenharim. Segundo a versão da polícia, o cacique se acidentou com sua moto.

De acordo com o advogado, apesar de ter garantido à Polícia Federal que ajudariam na busca de informações sobre os desaparecidos, os caciques indígenas não estariam colaborando com as investigações. As buscas das forças federais ocorrem a partir do km 130 da rodovia Transamazônica (BR-230), onde o automóvel Gol de cor preta no qual viajavam os desaparecidos teria sido avistado pela última vez. O local tem mata fechada e é de difícil acesso. As forças de segurança na região somam 500 homens. Cerca de 300 soldados do Exército, Força Nacional e agentes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal estão envolvidos nas buscas, no controle da passagem pela reserva e na proteção dos índios. Outros 200 homens das polícias estaduais garantem a segurança em Humaitá.

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Funai – As lideranças indígenas enviaram um documento à presidência da Funai, em Brasília, pedindo a criação de um grupo de trabalho para reconstruir a sede do órgão em Humaitá. Assinado por onze líderes, o documento pede ainda o restabelecimento no envio de alimentação e remédios, além de segurança para cerca de 20 índios que trabalham na cidade, como funcionários da própria Funai, da prefeitura e o serviço de saúde indígena. Entre os funcionários da prefeitura está o cacique Ivanildo Tenharim, que é secretário municipal e teve de se afastar do trabalho. Ele estava entre os 140 índios que se refugiaram no batalhão do Exército durante a revolta de 25 de dezembro.

Em nota, a Funai informou que não há impedimento dos índios para a realização de buscas na terra indígena e que, desde o início, a fundação e as lideranças indígenas se colocaram à disposição para colaborar com a operação de busca dos desaparecidos. Quanto aos prejuízos causados pelos atos de destruição ao patrimônio da União, disse que foram abertos inquéritos pela Polícia Federal para apurar os responsáveis.

(Com Estadão Conteúdo)

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