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Hopi Hari: advogado de operador admite falha humana

Bichir Júnior, que representa um dos funcionários responsáveis pelo La Tour Eiffel, citou "pressão no trabalho" como uma das causas para a tragédia

Por Renato Jakitas
6 mar 2012, 11h41

Bichir Ale Bichir Júnior, advogado de Marcos Antônio Tomás Leal, um dos funcionários do Hopi Hari responsáveis por operar o brinquedo La Tour Eiffel, de onde caiu Gabriella Yukari Nichimura, de 14 anos, admitiu nesta terça-feira a possibilidade de falha humana como um dos prováveis motivos para o acidente. Gabriela morreu no dia 24 de fevereiro. Ela despencou de uma altura de cerca de 30 metros ao utilizar uma cadeira da atração que deveria estar interditada.

Para o advogado, além dos problemas mecânicos do equipamento, a pressão no ambiente de trabalho também contribuiu para que os funcionários permitissem que o brinquedo entrasse em operação mesmo depois de verificarem que uma cadeira deveria estar interditada. Bichir Júnior falou à imprensa em sua chegada à delegacia de polícia de Vinhedo, no interior de São Paulo, por volta das 10 horas. Ele chegou acompanhado de Leal, um dos operadores que aparece numa das fotos tirada no dia da morte de Gabriela e divulgada pela família da vítima. Funcionário do parque há cerca de dois meses, Leal foi intimado a prestar depoimento ao delegado Alvaro Santucci, responsável pelo caso.

“Não é que eles se distraíram, é também a pressão”, justificou Bichir Júnio. “É como funciona numa equipe de Fórmula 1. Não é intenção, mas as vezes um atropela o outro, põe fogo no outro. O desapercebido faz parte do conjunto que envolveu essa fatalidade. É muito complicado falar em falta de atenção porque envolve uma vida, mas acho que tem a falta de atenção e tem a pressão do trabalho”.

O advogado, entretanto, ressaltou que Leal não era o responsável pelo setor do brinquedo em que ocorreu o acidente. A responsabilidade, segundo Bichir Júnior, recai sobre o outro operador, Edson da Silva, que também aparece na foto divulgada pela família de Gabriela. “Meu cliente cuidava dos setores 2 e 4. O acidente ocorreu no 3”, observou. “Quem cuidava do setor 3 é o outro rapaz, que também irá depor. É importante ouvir as cinco pessoas que operavam o brinquedo”.

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Todos sabiam – Bichir Júnior contou que protocolou na delegacia de Vinhedo o manual que é dado como parte do treinamento para a operação dos brinquedos. Nele, segundo o advogado, consta a informação de que os funcionários apenas podem iniciar o funcionamento das atrações depois da autorização de supervisores.

“Eles só podem operar mediante ordem de um superior”, disse Bichir Júnior. “Isso está escrito no manual e foi como meu cliente agiu”. Segundo o advogado, o manual foi deixado dentro de um envelope sem remetente em frente à sua casa. “Esse documento chegou de forma anônima para mim”, disse. “É um sinal de que estamos contando com a colaboração das pessoas”.

Apesar disso, Bichir Júnior assumiu que era de conhecimento de todos os funcionários – inclusive de seu cliente – o fato de que a cadeira usada por Gabriella estava desativada há anos. “Todos sabiam”, declarou. “É difícil explicar essa fatalidade, é difícil explicar o inexplicável. Foi um conjunto de falhas. Existiu falha mecânica e falha humana. Não dá para tapar o Sol com a peneira”.

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