Freixo: ‘Se alguém achava que ia calar a Marielle, se enganou’
Deputado estadual do PSOL afirma que vereadora foi morta a tiros porque 'contrariou interesses', mas que crime 'não será capaz de interromper suas lutas’
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) considerou que o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL-RJ) na noite da quarta-feira, 13, foi motivado porque “ela contrariou interesses”, mas que, “se alguém achava que ia calar a Marielle, se enganou”. O parlamentar, do qual ela foi assessora e com quem trabalhou por mais de dez anos, disse que não vai se manifestar sobre hipóteses para o crime para não atrapalhar as investigações.
“Só sei que foi executada por algo que não tinha ideia. Ela não tinha recebido nenhuma ameaça”, afirmou Freixo, que a descreve como uma pessoa muito amável. Ele afirmou que pretende acompanhar as investigações como cidadão e como parlamentar e que tem esperança de que o caso será solucionado.
De acordo com ele, a vereadora será uma ausência grande na política do Rio de Janeiro. “Perdemos uma pessoa muito importante. Vai fazer muita falta para a política. Ela era jovem, mulher e negra. Desde o fim da escravidão que a gente sonha com uma pessoa como a Marielle”, comparou.
A vereadora era ligada à defesa de causas como o direito das mulheres, dos negros, da comunidade LGBT e das parcelas mais pobres da população. Também lutava contra a violência policial. Ela havia denunciado no sábado, 10, abusos da PM em operações no bairro de Acari e integrava uma comissão parlamentar destinada a analisar a intervenção federal no Rio de Janeiro devido à violência.
Sobre as causas que ela defendia e os problemas que confrontava, Freixo considera que seu assassinato não será capaz de interromper suas lutas. “Eu acabei de sair de frente da Alerj [Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro], tinha milhares de pessoas lá, nem sei quantas. É uma mobilização incrível, muito forte. Se alguém achava que ia calar a Marielle, se enganou”, avaliou o deputado.