O ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu a Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), liminar em habeas corpus para permitir que ele fique em silêncio no depoimento que dará à CPI do Cachoeira na próxima quinta-feira. Conforme o voto do magistrado, Monteiro pode permanecer em silêncio sempre que considerar que perguntas feitas pelos parlamentares signifiquem criar o risco de autoincriminação.
Nos esclarecimentos que prestou à comissão de inquérito no último dia 13, o petista Agnelo Queiroz disse manter confiança em Cláudio Monteiro, suspeito de receber propina da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira para facilitar a infiltração da construtora Delta no governo local.
Além de Monteiro, o Supremo ainda vai analisar pedido semelhante de João Carlos Feitoza, o Zunga, ex-subsecretário de Esportes do governo Agnelo, suspeito de receber dinheiro do grupo de Cachoeira, e de Écio Antônio Ribeiro, um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, em nome da qual a casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi registrada.
A CPI do Cachoeira não realizou reuniões durante esta semana. As atividades foram paralisadas por causa da conferência Rio+20 e do esvaziamento do Congresso em meio às festas juninas.