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“Este será o melhor Natal da minha vida”, diz pedreiro ganhador da Mega Sena após ser sequestrado

Polícia resgatou na madrugada desta terça-feira dois irmãos que haviam sido feito reféns por facção criminosa

Por Mariana Zylberkan
24 dez 2013, 14h56
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  • Há três meses o pedreiro Otaviano de Sales Gama, de 44 anos, viu a sua vida mudar. Ele e um apostador de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, acertaram as seis dezenas da Mega Sena e levaram prêmio de 7,8 milhões de reais cada. Para se preservar e cuidar de um tio doente, Gama adiou o retorno definitivo à cidade natal de Campo Formoso, município de 66 616 habitantes no norte da Bahia. Apesar da conta bancária de milionário, ele continuou a rotina de pedreiro e nem saiu da casa simples alugada na periferia de Guarulhos, na Grande São Paulo. Mas a notícia se espalhou pelo bairro e chegou até integrantes de uma facção criminosa que, na tarde desta segunda-feira, invadiram a casa de Gama e o sequestraram junto com um de seus nove irmãos, que visitava São Paulo. Nesta véspera de Natal, o pedreiro milionário viu a sua vida mudar novamente ao escapar com vida do cativeiro.

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    “Este vai ser o melhor Natal da minha vida”, disse o pedreiro milionário, ainda atordoado, na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, nesta terça-feira. Para o delegado Antônio Carlos de Olim, as chances de os irmãos saírem com vida do sequestro eram ínfimas. A Polícia Civil estourou o cativeiro na Vila Galvão, em Guarulhos, na madrugada desta terça-feira, menos de 24 horas após o sequestro. Os irmãos foram surpreendidos pelos criminosos enquanto almoçavam em casa por volta das 13h de segunda-feira, durante pausa no trabalho em uma obra. “Os criminosos estavam esperando os bancos abrirem para sacar o dinheiro. Eles provavelmente iam limpar a conta e depois matá-los. A família inteira é da Bahia e demoraria muito até alguém reclamar o desaparecimento”, diz Olim.

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    Dos dois sequestradores, um foi preso e outro morreu na troca de tiros com a polícia. No cativeiro, Gama e seu irmão foram torturados e agredidos. O pedreiro levou um soco no peito e foi mantido sob a mira de uma pistola .40, de uso restrito da polícia, e de um facão.

    Os policiais foram informados sobre o local do cativeiro durante investigação sobre a facção criminosa que vem sendo realizada pela 6ª Delegacia de Investigações de Facção Criminosa e Lavagem de Dinheiro. Durante trabalho de campo, policiais foram informados sobre a movimentação de dois carros na periferia de Guarulhos, de onde teriam saido três pessoas, entre elas, um homem negro vendado. “Nós já tínhamos apreendido um forte armamento e estávamos em busca de coibir mais crimes”, diz o delegado Olin.

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    Na delegacia, ao lado do irmão Valdeci de Sales Gama, de 41 anos, Gama repetia que nunca mais quer passar pelos momentos de terror que viveu no cativeiro e chegou a se dizer arrependido de ter ganhado o prêmio milionário: “Tirou a minha liberdade”. Ele reclamou ao ver a TV veicular reportagem sobre seu caso. “Agora o Brasil inteiro sabe que eu ganhei o prêmio.”

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    Dos 7,8 milhões, distribuídos em três contas bancárias, Gama afirma já ter gastado 500 000 reais “ajudando amigos e comprando pedaços de terra na Bahia”. Com o dinheiro, o pedreiro planeja ajudar a família e alguns amigos que “trabalham muito e merecem”. “Nada que a gente faz é só para a gente. Não vivemos sozinhos, temos que pensar nos outros.”

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    No jogo de setembro, que o deixou milionário, o pedreiro apostou 18 reais, um dos valores mais baixos gastos durante os seis anos que investiu quase semanalmente em apostas da Mega Sena. “Tinha mês que eu ficava sem 1 real no bolso, apostava tudo. Pensava: ‘Vou arriscar, já estou no prejuízo mesmo’.”

    No dia em que foi sequestrado, o pedreiro e o irmão haviam sacado 10 000 reais para custear a viagem até a Bahia para passar o fim de ano. Há 16 anos em São Paulo, Gama viu no prêmio milionário a chance de voltar definitivamente para a terra natal e fugir da violência de São Paulo. “Quero terminar meus estudos”, diz Gama, que tem apenas o primeiro grau completo.

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