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Especialistas aprovam aplicativo de prevenção de furto de celular

Ferramenta para bloquear aparelho é considerada medida assertiva para desarticular quadrilhas, mas evitar o uso em vias públicas continua sendo boa prática

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 dez 2023, 12h20

A cada temporada, o crime organizado escolhe um alvo. Em 2011, por exemplo, houve a explosão dos índices de roubos a caixas eletrônicos. Já em 2014, foi a vez dos automóveis. Nos últimos anos, as quadrilhas acharam um alvo muito menor, mais leve e fácil de levar: o celular. Enfim, milhões de pessoas andam pelas ruas distraidamente com ele à mostra, criando a oportunidade para o ladrão. Foram quase 1 milhão de ocorrências de furtos e roubos de aparelhos, em 2022, um recorde histórico, 16% a mais que o ano anterior, de acordo com o 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Estima-se que o número seja bem maior, uma vez que nem sempre as pessoas fazem ocorrências. Não é exagero dizer que dificilmente se encontrar um brasileiro que não teve o celular levado ou que ao menos conheça alguma vítima.

 Na última terça-feira (19), o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou um aplicativo, batizado de “Celular Seguro”, cujo objetivo é combater os roubos e furtos dos aparelhos móveis em todo o país. O usuário baixa o aplicativo no site Gov.br de forma preventiva. Se for vítima do crime, consegue bloquear dados pessoais, linha telefônica e o acesso aos bancos, em poucos cliques. Fica para o usuário a responsabilidade de manter seus dados protegidos, mas não descarta o risco de perder para a bandidagem o aparelho, que muitas vezes chega a custar mais do que um laptop. Em outras palavras, a sensação de insegurança nas ruas continua a mesma.  

  “Não há policiamento que chegue para inibir o roubo de celular”, diz o consultor José Vicente da Silva Filho, conselheiro da Escola de Segurança Multidimensional da Universidade de São Paulo (USP). “A polícia tem prioridades maiores e mais desafiadoras.” De fato, o furto de celular pode ser considerado um delito pequeno, comparado ao dos batedores de carteira no passado. Acontece a qualquer hora, em qualquer lugar, e numa velocidade tão rápida com um piscar de olhos. Segundo Silva, cabe ao usuário alguns cuidados, entre eles, seguir o velho conselho de não atender às chamadas em vias públicas. “O ideal é entrar em um local fechado para responder à ligação”, diz ele. Também deve se evitar, levantar o celular para tirar selfs, deixando o aparelho ainda mais exposto. Uma recomendação que poucos seguem.

Agora, o Governo oferece mais do que uma dica comportamental, ele dá uma ferramenta gratuita de segurança ao usuário. “Ao bloquear todas as funções, o aparelho torna-se inútil e sem valor para o bandido”, diz o criminologista Bruno Paes Manso. “Isso vai resultar em queda nos crimes. Existe um caminho de receptação, que movimenta as quadrilhas, que acaba sendo afetado.” O especialista compara o esquema de roubo dos celulares com o de carro no passado. Na época, para resolver a alta nos índices, o então governador Geraldo Alckmin fechou os desmanches em São Paulo, que se alimentavam de peças de carros roubados. Para inibir a moda dos ataques aos caixas eletrônicos, a Febraban lançou dispositivo antifurto que mancha as notas sempre que os caixas são violados. As estratégias fizeram os bandidos mudarem de alvo. “Escutei de um ladrão, que eles são como feirantes, que estão sempre de olho na fruta da estação”, conta Manso, que ainda não testou a ferramenta. O aplicativo Celular Seguro vai na mesma linha de segurança inteligente, mas ainda assim depende do usuário, que precisa baixar a ferramenta para proteger seus dados. Quem esquecer, pode se dar mal.

 Agora, o Governo oferece mais do que uma dica comportamental, ele dá uma ferramenta gratuita de segurança ao usuário. “Ao bloquear todas as funções, o aparelho torna-se inútil e sem valor para o bandido”, diz o crimonologista Bruno Paes Manso. “Isso vai resultar em queda nos crimes. Existe um caminho de receptação, que movimenta as quadrilhas, que acaba sendo afetado.” O especialista compara o esquema de roubo dos celulares com o de carro no passado. Na época, para resolver a alta nos índices, o então governador Geraldo Alckmin fechou os desmanches em São Paulo, que se alimentavam de peças de carros roubados. Para inibir a moda dos ataques aos caixas eletrônicos, a Febraban lançou dispositivo antifurto que mancha as notas sempre que os caixas são violados. As estratégias fizeram os bandidos mudarem de alvo. “Escutei de um ladrão, que eles são como feirantes, que estão sempre de olho na fruta da estação”, conta Manso.  O aplicativo Celular Seguro vai na mesma linha de segurança inteligente, mas ainda assim depende do usuário, que precisa baixar a ferramenta para proteger seus dados. Quem esquecer, pode se dar mal.

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