Em Santa Maria, o velório da 235ª vítima da tragédia na boate Kiss
Mãe volta à capela para velar o filho caçula, que estava na boate com oito amigos - todos mortos no incêndio. Entre os feridos, 75 ainda estão em estado grave
Por Marcela Donini, de Santa Maria
30 jan 2013, 11h18
A madrugada do último domingo insiste em não terminar em Santa Maria. Na manhã desta quarta-feira, teve início o velório da 235ª vítima do incêndio na boate Kiss. Para Eliane Marques Gonçalves, o segundo da semana. Em uma capela próxima ao Hospital de Caridade, ela velava o filho caçula, Gustavo, de 25 anos.
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Elaine já havia sepultado o filho Deives, que estava na festa acompanhado do irmão e pelo menos outros dois amigos – um morreu e outro segue em estado grave em Porto Alegre. Gustavo trabalhava em uma loja de artigos esportivos no Royal Plaza Shopping – que perdeu pelo menos outros nove funcionários na tragédia.
Todas as manhãs, a informação sobre o estado de saúde das vítimas, um novo óbito ou a revelação de irregularidades em tudo o que cercava a boate Kiss reaviva a imagem da tragédia. No momento, 75 feridos estão em situação crítica, ainda em perigo.
Para alguns dos presentes no velório de Gustavo, esta manhã, o luto é uma constante desde domingo. Vizinha da família de Gustavo, Mara Eliana Bastos Silva, 22 anos, consolava seus pais, que eram padrinhos do jovem. A família questionava o funcionamento da boate. “Fui uma vez, mas me senti mal. Era um lugar apertado, escuro”, disse uma das filhas. Mara diz ter testemunhado mais de uma vez a entrada de menores na Kiss.
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O velório começou por volta das 10h30, e não demoraram a chegar os primeiros voluntários, oferecendo água e sanduíches e apoio médico àqueles mais abalados, mais uma cena que se repete na cidade.
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