O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 25, que irá decretar um novo prolongamento da quarentena a partir de 1º de junho, quando se encerra o prazo definido por ele para paralisação das atividades não essenciais em todo estado e anunciado em 8 de maio.
Em entrevista ao canal Globonews, Doria disse que o próximo período de quarentena será heterogêneo no estado, de acordo com o grau de contaminação de cidades e regiões. Os detalhes serão apresentados em entrevista coletiva marcada para a manhã desta quarta-feira, 27. “Evidentemente que vamos ter uma nova quarentena, mas de forma inteligente e não de forma homogênea, como vem sendo feita”, disse.
O tucano já havia anunciado um plano de flexibilização da quarentena, que teve a sua implantação adiada no início de maio devido ao aumento da curva de casos confirmados no estado. Entre as medidas de retomada das atividades que seriam anunciadas pelo governo sob o projeto batizado de Plano São Paulo – e válidas para todo o estado -, estão a reabertura de salas de cinema com limitação de assentos a partir da técnica “tabuleiro de xadrez” (alternando poltrona ocupada com poltrona vazia), sistema de escaneamento de ingressos para evitar o contato com funcionários e venda de bebidas e alimentos somente em pacotes fechados. Nos parques, as medidas restritivas incluem permissão para atividades físicas de forma individual ou em grupos de pessoas que vivem na mesma casa. O uso de bancos será proibido. Nos salões de beleza, as reaberturas serão com quadro reduzido de funcionários e uso obrigatório de mecanismo de limpar sapatos com hipoclorito de sódio antes de entrar no estabelecimento. Nas academias de ginástica, será restringida a entrada de um cliente para cada 4m². As regras tiveram como inspiração práticas estabelecidas em países como Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca. O plano de retomada está sendo gerido pela equipe econômica de Doria e liderada pela secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
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Clique e AssinePara aumentar o índice de isolamento social, foi decretado feriadão de seis dias consecutivos na capital paulistana com a antecipação de três datas comemorativas — duas municipais e uma estadual. A medida foi criada na expectativa de aumentar os índices de isolamento em todo estado, que estão por volta de 50%, abaixo, portanto, dos 70% preconizado pelas autoridades médicas necessários para achatar a curva de novos casos. O feriadão, porém, refletiu pouco no isolamento social, que atingiu o ápice de 56% neste domingo, 24, segundo dados do governo estadual.
De acordo com recomendação do Conselho Nacional de Saúde (CNS), estados e municípios devem decretar lockdown, um isolamento social mais rígido, em locais com alto índice de contaminação que não atinjam a marca de 60% da população em casa. Doria afastou a possibilidade de enrijecer as medidas de isolamento dias depois de o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), ter cogitado publicamente a possibilidade. Na mesma entrevista a Globo News, Doria disse que se reuniu com Covas neste domingo e que chegaram a um acordo para evitar o lockdown em São Paulo.
O Estado de São Paulo é um dos mais afetados pelo coronavírus em todo país. Até este final de semana, o estado registrou mais de 83.600 casos confirmados e 6.220 mortes causadas pela doença, o que representa 27% do total de mortes calculadas em todo país.