Dois professores são presos acusados de pedofilia dentro de escola em Guarulhos (SP)
Segundo investigação, eles pediam aos alunos que entregassem junto com o material de aula CDs com fotos íntimas. Um diagramador, que também trabalhava na escola, participava do esquema
A Polícia Civil prendeu dois professores e um diagramador suspeitos de pedofilia em uma escola pública de Guarulhos, na Grande São Paulo. Os dois professores, além de um terceiro, preso em fevereiro, trocariam imagens de alunos com idade entre 15 e 18 anos sem roupa. Os menores seriam assediados com dinheiro e oferta de aumento das notas escolares. O inquérito já identificou 28 vítimas – quatro delas teriam praticado sexo com os suspeitos.
O primeiro a ser preso, no dia 17 de fevereiro, em flagrante, foi o professor Cleilson de Sousa Feitosa. Em sua casa foram encontrados trinta CDs com imagens eróticas de menores, identificados pelo nome e série. Na casa dos homens, detidos na segunda-feira, o professor Vitor Leite da Silva e o diagramador Osneide Alves de Moura, a polícia não encontrou nada. No entanto, policiais já haviam reunido mensagens dos três trocando pornografia infantil. A reportagem não localizou os advogados dos suspeitos.
“Todos (os menores) foram unânimes e afirmaram que o professor [Silva] falava para os alunos que tinham que sentar de perna aberta na primeira fila se quisessem melhorar as notas ou passar de ano. Eles tinham de entregar com o trabalho escolar um CD [com fotos dos próprios alunos]”, disse a delegada Ancilla Vega, da Delegacia de Repressão à Pedofilia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo o inquérito, os dois professores teriam tido relação sexual com quatro alunos. A investigação aponta que Silva pediria as fotos para os estudantes e, depois, compartilhava com os outros dois envolvidos. De acordo com a polícia, o diagramador pedia para Feitosa intermediar o contato com os estudantes. Silva teria oferecido 300 reais para ter relações sexuais com um rapaz, o que foi rejeitado.
A investigação começou quando um pai procurou a polícia, depois que passou a desconfiar que o filho teria sido cooptado pelo tráfico de drogas por trazer para casa dinheiro e presentes. A irmã da vítima encontrou mensagens do Facebook em que ele conversava com os suspeitos. Até agora, a polícia não encontrou indícios que o material pornográfico fosse repassado a outras pessoas, além dos três presos.
(Com Estadão Conteúdo)