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Disputas internas tiram o PMDB do recesso

Negociações pela liderança do partido na Casa no ano decisivo para o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff movimentam a sigla

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 jan 2016, 18h18

Esvaziada por causa do recesso parlamentar, a Câmara dos Deputados foi palco nesta terça-feira de uma intensa movimentação de peemedebistas. Isso porque parlamentares e nomes de peso do partido têm aproveitado o mês de janeiro para tentar definir algumas estratégias da legenda ao longo deste ano. Hoje o partido tentou sem sucesso firmar um acordo sobre a definição do líder que estará à frente da bancada no ano em que o Congresso analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o PMDB definirá se abandona formalmente o governo petista. Até ministros, como Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), integraram as tratativas no gabinete do líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani. Não por acaso, as negociações na sigla são acompanhadas de perto pelo Palácio do Planalto, que já acenou para os peemedebistas que se classificam como independentes com a oferta de um cargo no alto escalão do governo.

O esforço do governo é para garantir a recondução do aliado Picciani (RJ) à liderança da bancada em fevereiro. O Planalto age desde o ano passado em diversas frentes, que incluiram o apoio a novas filiações à legenda, o retorno de deputados licenciados a seus postos e a clássica negociação de cargos. A “noiva da vez” é a bancada mineira na Câmara, que, com o apoio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenta tirar Picciani do comando.

Ao menos três candidatos mineiros estão dispostos a entrar no páreo: Leonardo Quintão, Newton Júnior e Mauro Lopes. Na próxima segunda-feira haverá uma reunião entre eles e o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (PMDB), para a escolha de um candidato. Pelo menos dois deles já entraram na mira do Planalto: Júnior e Lopes. Nos bastidores, fala-se que a ambos foi oferecida a Secretaria de Aviação Civil, órgão com status de ministério até o ano passado ocupado por Eliseu Padilha, braço-direito do vice-presidente Michel Temer. Newton Júnior afirma que recursou a oferta. Agora, ele estuda a possibilidade de fechar acordo com Picciani e abrir mão da candidatura – em troca, seria o líder em 2017. Já Mauro Lopes, secretário-geral do PMDB, quer ocupar a cadeira. Antes, vai consultar a opinião de Temer sobre a proposta, rechaçada por peemedebistas independentes. Nos próximos dias, aliás, Temer também passará a atuar de forma mais incisiva e colocará o pé na estrada em busca de diminuir a divisão no PMDB e de tentar a recondução à presidência do partido.

“O tamanho de Minas Gerais não comporta um ministério sem avião, e sim uma liderança do maior partido no Congresso Nacional. Essa proposta ofende Minas”, afirma o deputado Darcísio Perondi (RS), apoiador de Quintão. Em reunião nesta tarde, o parlamentar gaúcho apresentou uma lista de propostas para definição do próximo líder.

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Como pano de fundo para o racha interno está também o processo de impeachment de Dilma Rousseff. A ala rebelde defende que, ao contrário do que fez Picciani, que alocou apenas deputados favoráveis a Dilma, a comissão que vai discutir a ação seja composta igualitariamente por tendências pró e anti-impeachment. “Não podemos ter um líder chapa-branca. As crises econômica, fiscal, moral e ética são graves e ocorrem por culpa da política do Palácio do Planalto”, diz Perondi.

“É um momento em que vários temas que estão tramitando são de difícil unidade, mas, dentro dessas posições divergentes, vamos buscar convergência e procedimentos que permitam unidade dentro da bancada”, resumiu Leonardo Picciani, que, conforme deputados, depois de ser deposto da liderança por uma semana, passou a adotar um tom mais conciliatório.

Embargos – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também compareceu à Câmara nesta tarde, mas evitou polemizar sobre as disputas internas no PMDB. O peemedebista trabalha para finalizar os embargos que serão apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o rito do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

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