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Desembargadora que acusou Marielle Franco diz ter se precipitado

Em nota, Marília Castro Neves afirma ainda que ‘a morte trágica de um ser humano é algo que se deve lamentar e seus algozes merecem o absoluto rigor da lei’

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 16h34 - Publicado em 19 mar 2018, 19h20

A desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), admitiu, em comunicado oficial emitido nesta segunda-feira, 19, que “se precipitou” nas redes sociais ao se basear em fake news (notícias falsas) para acusar, sem qualquer prova, a vereadora Marielle Franco (PSOL), executada a tiros na noite de quarta-feira, 14, de estar “engajada com bandidos” e ter sido “eleita pelo Comando Vermelho”.

Agora, a magistrada afirma que deveria ter aguardado a conclusão das investigações antes de se posicionar sobre o tema. “No afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada notícias que circulavam nas redes sociais. A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações, para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema”, escreveu.

Ela completou dizendo que reitera sua “confiança nas instituições policiais, esperando, como cidadã, que este bárbaro crime seja desvendado o mais rápido possível” e que, “independentemente do que se conclua das investigações, a morte trágica de um ser humano é algo que se deve lamentar e seus algozes merecem o absoluto rigor da lei”.

No afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada notícias que circulavam nas redes sociais. A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações, para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema

Marília Castro Neves, desembargadora

Em resposta à postagem de um amigo, que defendia a vereadora e lamentava seu assassinato, Marília Neves havia escrito que “a questão é que a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’; ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”. A desembargadora ainda seguiu insinuando que a facção estaria cobrando dívidas da vereadora e que “qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.

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A publicação ensejou reação do PSOL, que anunciou que entraria com uma representação contra a juíza no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ao jornal Folha de S.Paulo Marília disse que leu as informações que compartilhou “no texto de uma amiga”, também nas redes sociais. Tratam-se de notícias falsas, as chamadas fake news, compartilhadas com o intuito de difamar a vereadora.

Entre outros fatos que também não se comprovaram e que já foram ditos sobre Marielle Franco nas redes sociais estão que ela engravidou aos 16 anos e que foi casada com o traficante Marcinho VP.

Leia a nota oficial da desembargadora

“Diante das manifestações contra meu comentário, proferido em uma discussão no Facebook de um colega a respeito da morte da vereadora Marielle Franco, venho declarar o que se segue:

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No afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada notícias que circulavam nas redes sociais.

A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações, para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema. 

Reitero minha confiança nas instituições policiais, esperando, como cidadã, que este bárbaro crime seja desvendado o mais rápido possível. 

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Independentemente do que se conclua das investigações, a morte trágica de um ser humano é algo que se deve lamentar e seus algozes merecem o absoluto rigor da lei.

Des. Marília de Castro Neves Vieira”

O que disse antes a desembargadora:

Post de Paulo Nader sobre o assassinato de Marielle Franco

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