Destituído em junho da presidência estadual do Pros em Pernambuco, o deputado federal José Augusto Maia afirma que recusou proposta de “vantagem financeira” recebida de seu partido e do PP para apoiar o nome de Paulo Câmara (PSB), candidato do presidenciável Eduardo Campos, ao governo do Estado. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Ao jornal, Maia afirma que a proposta foi feita em reunião no Recife, em junho. O valor da propina teria sido escrito em um pedaço de papel que circulou entre os presentes – mas o deputado não quis informar quanto foi oferecido. “Estou dizendo que foi uma proposta, com outras palavras, de vantagem financeira. Não estou dizendo as cifras, mas para bom entendedor o silêncio é o bastante, né? No juízo, aí eu vou dizer.” Colegas do parlamentar ouvidos pelo jornal dizem que o valor relatado por ele foi de 6 milhões de reais, dos quais 2,5 milhões seriam reservados a Maia.
Na semana passada, Maia discursou na tribuna da Câmara sobre o episódio. “Por não aceitar uma proposta indecorosa e vergonhosa do presidente nacional do partido, Eurípedes Jr., acompanhado do líder Givaldo Carimbão, do deputado Márcio Junqueira e de outros, para me coligar ao PSB, de Paulo Câmara, fui destituído da presidência do partido de forma truculenta e arbitrária”, disse na ocasião. Maia disse à Folha que a oferta de propina foi feita também pelo líder da bancada do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE). Todos os citados pelo deputado foram ouvidos pelo jornal e negam as acusações.
O deputado defendia que seu partido apoiasse o nome de Armando Monteiro (PTB) ao governo de Pernambuco. Afirma que decidiu tornar pública a oferta somente 15 dias após recebê-la porque ainda negociava com o partido a possibilidade de se candidatar à reeleição. A hipótese, contudo, foi descartada em nova reunião, desta vez na sede do PP em Pernambuco, em 16 de junho. À Folha, a campanha de Paulo Câmara disse, em nota, que “refuta veementemente a acusação”. O apoio do PP e do Pros garante a Paulo Câmara mais de 1 minuto e meio no horário eleitoral na TV.