Depois de mais um ônibus queimado, cúpula de PM é acionada
Grande São Paulo já registra 45 coletivos danificados; promotor de Justiça propõe fichar suspeitos e indiciá-los por crimes mais graves
Depois de um novo ataque a ônibus na Região Metropolitana de São Paulo, na noite desta segunda-feira, o promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social Saad Mazloum convocou o comandante de operações da PM, coronel Sérgio de Souza Merlo, para discutir o caso. “É papel da polícia garantir a segurança para os ônibus circularem”, disse o promotor. Ele defendeu que a Polícia Civil fiche pessoas detidas em ataques a coletivos para facilitar o indiciamento por crimes mais graves no caso de reincidência.
Mais um ônibus foi incendiado por volta das 19h30 desta segunda-feira, segundo a Polícia Militar, na Avenida Tiradentes, em Guarulhos. O veículo foi abordado por homens que mandaram todos os passageiros descerem e, em seguida, atearam fogo. Ninguém foi preso.
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Este é o 45º ônibus queimado desde o começo deste ano na Grande São Paulo. O ônibus era da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), gerenciada pelo governo do Estado. Na capital, chega a 35 o número de ataques a ônibus da São Paulo Transporte (SPTrans), da Prefeitura.
Rotina – O promotor, no entanto, disse que a polícia lida com os ataques como casos isolados. “Queimar ônibus virou moda“, afirmou. Mazloum disse que a PM apresentou um plano de reforço na segurança nas regiões mais perigosas – que inclui o uso do Batalhão de Choque e de policiais à paisana no interior dos coletivos – para garantir a circulação dos ônibus. “O transporte é um direito constitucional que deve ser garantido”, afirmou o promotor. Uma das regiões que registraram mais ataques foi a Zona Sul.
Representantes das empresas de ônibus também serão chamados para discutir a segurança de suas operações com a promotoria.
O promotor citou também o uso de câmeras de vigilância no interior dos ônibus, para facilitar a identificação de criminosos. Na próxima semana serão ouvidos empresários de ônibus e cooperados do setor de lotações.
(Com Estadão Conteúdo)