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DEM não descarta coligação com Kassab em SP

O presidente do partido, Agripino Maia, enxerga oportunismo de ambos os lados na aproximação entre o PSD e o PT: "é como misturar água e óleo"

Por Bruno Huberman
6 fev 2012, 16h12

Conforme as eleições municipais se aproximam, a definição das alianças entre os partidos para o pleito de outubro em vez de clarear, insiste em permanecer nebulosa. Em São Paulo, o DEM, que no ano passado assistiu ao prefeito Gilberto Kassab sair da legenda para fundar o PSD e provocar uma crise entre os democratas, não descarta participar de uma coligação com o partido, que negocia simultaneamente o apoio do PSDB e do PT, enquanto lança o vice-governador Guilherme Afif Domingos como pré-candidato.

“Não estamos conversando com o PSD, mas não haveria um veto a uma aliança”, afirmou o líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA), em encontro do partido nesta segunda-feira em São Paulo. “A priori, descartaria o apoio a um candidato do PSD em São Paulo, mas participar de uma composição mais ampla, da qual o PSD também participe, não vejo problema”.

Até mesmo o pré-candidato pelo DEM à prefeitura de São Paulo, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, não rejeita uma futura aliança. “Nós, inclusive, recebemos apoio do PSD em alguns municípios do interior de São Paulo”, afirmou Garcia, antigo aliado de Kassab, com quem rompeu no início de 2011. “Restrição, nós só temos quanto ao PT”.

Neste domingo, caciques democratas se reuniram com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e outros tucanos para negociar alianças em todo o país. Também participaram do encontro ACM Neto, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do partido, José Agripino Maia (DEM-RN). “No encontro, discutimos de tudo”, contou ACM-Neto, possível candidato à prefeitura de Salvador. “Fechamos algumas capitais importantes onde o DEM e o PSDB vão marchar juntos, como Salvador, Aracaju, Fortaleza e Natal. Isso gera um ambiente favorável para outras alianças onde o diálogo ainda é necessário, como em São Paulo”.

Alckmin, que também esteve presente no evento desta segunda-feira, disse não descartar nenhuma possibilidade de aliança. “O Democratas tem candidato próprio para a eleição, portanto vamos aguardar”, ponderou o tucano, que foi elogiado pelo democratas e ovacionado de pé pelos presentes ao chegar ao encontro. “Por enquanto, não descartamos nada. Somos partidos distintos, mas próximos ideologicamente e unidos para servir o povo brasileiro”.

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Para o senador Demóstenes Torres, o único que pode definir a nebulosa negociação de alianças é o ex-governador José Serra – o tucano teria dito à correligionários que não gostaria de concorrer à prefeitura da capital. “Se o Serra quiser concorrer, está decidido: vamos apoiá-lo”, disse Demóstenes Torres. “Se ele, como tem dito, não quiser, vamos conversar com os tucanos assim que eles tiverem um pré-candidato, em março”.

Óleo e água – Embora não descarte uma futura aliança com Kassab, Agripino Maia criticou o ex-colega de partido. “A aproximação entre o PT e o PSD é mistura de água e óleo”, declarou. “É muito oportunismo do prefeito Kassab e dos petistas. Durante cinco anos, o prefeito foi criticado pelo PT, que faz papel de oposição aqui em São Paulo. Agora, oferecer apoio ao crítico é um oportunismo muito grande”.

Durante o encontro, vários democratas também bateram no relacionamento de Kassab com os petistas. “Nesse momento, o DEM tem muita força porque está do nosso lado a coerência, diferente de ex-colegas que preferiram o adesismo ao governo”, disse Rodrigo Garcia.

ACM Neto afirmou ter sido surpreendido com a velocidade da aproximação entre os antigos desafetos. “O PSD foi criado a partir de um grupo que estava na oposição e que queria ir para o governo”, disse o deputado baiano. “Só não esperava que essa adesão fosse ser tão fácil e tão rápida. Isso só prova que o PSD não tem um projeto viável este ano para São Paulo”.

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