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Curta acompanha vítimas de Mariana em julgamento histórico em Londres

Produção de Renan Flumian, narrada por Mariana Ximenes, mostra indígenas krenak e outras vítimas do mar de lama em 2015 durante audiência no Reino Unido

Por Da Redação Atualizado em 19 abr 2023, 15h49 - Publicado em 19 abr 2023, 08h37

Um curta-metragem escrito e dirigido por Renan Flumian e narrado pela atriz Mariana Ximenes, divulgado com exclusividade por VEJA, mostra a movimentação de brasileiros em torno do julgamento na Justiça do Reino Unido de reparações para mais de 700 mil vítimas do rompimento de uma barragem em Mariana (MG), em 2015.

Veja a produção:

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O curta acompanha indígenas da etnia krenak e moradores da cidade de Governador Valadares e do distrito de Bento Rodrigues (Mariana) – duramente afetados pelo mar de lama que tomou a região do Rio Doce – durante uma viagem a Londres, em abril de 2022, para acompanhar uma das audiências de um julgamento que se tornaria histórico.

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Tudo começou em 2018, quando foi apresentada na Justiça do Reino Unido uma ação coletiva contra a mineradora anglo-australiana BHP, que com a Vale controlava a Samarco, empresa responsável pela barragem do Fundão, que se rompeu. No início, o processo pedia reparações para 200 mil vítimas, mas o número cresceu ao longo dos anos. O valor pedido para as indenizações já chega a 230 bilhões de reais.

A ação foi protocolada no Reino Unido por ser o domicílio da BHP, mas não começou com vitórias. Em 2020, um tribunal de Manchester rejeitou dar andamento ao processo por considerar que a Justiça inglesa não tinha jurisdição no caso. Os responsáveis pela ação não desistiram – foram à Corte de Apelação, onde em julho obtiveram uma vitória com a decisão de que a mineradora poderia, sim, ser processada no país.

É esse momento da luta nos tribunais que o vídeo acompanha. “Não foi um desastre, foi um crime. Fizeram uma maquiagem, uma operação tapa-buraco. O pessoal aqui de fora acha que está tudo bom, mas não está. Tem pessoas que ainda não voltaram para suas residências, que morreram com depressão e até hoje não se fez nada. Todo dia o crime se renova”, diz Daniel Krenak, um dos indígenas entrevistados no curta-metragem e que acompanhou as audiências.

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O rompimento da barragem de Mariana foi o primeiro grande desastre ambiental brasileiro a chegar a cortes judiciais estrangeiras. Desde então, foram protocoladas ações sobre um acidente semelhante na barragem de Brumadinho (MG) – de responsabilidade da Vale – na Justiça alemã, sobre o afundamento de solo em bairros de Maceió (AL) – de responsabilidade da petroquímica Braskem – e sobre o derramamento de lama tóxica da mineração em Barcarena (PA) – de propriedade da mineradora Norsk Hydro –, essas duas últimas na Justiça da Holanda.

“Fora a magnitude desse processo sobre Mariana, estamos falando de algo que vai ter um impacto enorme, porque pode levar a uma onda de responsabilização das empresas de forma mais sustentada e segura”, diz o diretor Renan Flumian. “As vítimas estão lutando por uma compensação justa lá na Inglaterra, já que não tiveram isso no Brasil”, completa.

 

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