Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Covid-19: os motivos para esperança no Brasil das 100.000 mortes

Marca atingida neste sábado mostra o tamanho da tragédia, mas país, que testa a vacina, tem queda da transmissão, da letalidade e da média de óbitos e casos

Por Da Redação Atualizado em 8 ago 2020, 20h24 - Publicado em 8 ago 2020, 20h24
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Brasil ultrapassou neste sábado, 8, a significativa marca de 100.000 mortes causadas pela pandemia do coronavírus. De acordo com o Ministério da Saúde, o país acumula 100.477 óbitos e cerca de 3 milhões de casos confirmados. O número representa uma marca triste, escancara o tamanho da maior tragédia sanitária do país, mas a análise da evolução da Covid-19 nas últimas semanas mostra que, embora em um patamar ainda alto, a doença vem se estabilizando tanto em relação à média móvel dos casos e mortes, quanto na velocidade da transmissão e na sua letalidade.

    Como VEJA mostrou em reportagem nesta semana, a taxa de contágio caiu de 3 nos primeiros meses da pandemia para 1,08 no início de agosto, segundo dados da Universidade Imperial College de Londres. O número, também chamado de Rt, indica para quantas pessoas cada infectado transmite o vírus.

    O índice já vinha sendo reduzido constantemente, com 2,8 em abril e 1,01 em junho, o menor já alcançado pelo Brasil e próximo do nível de controle da pandemia, que é abaixo de 1. O indicador foi atingido por países da Europa, Ásia e África, de acordo com a última versão do relatório semanal do Imperial College, que contém dados de 65 países com transmissão ativa do coronavírus. A taxa brasileira é menor que a de países como Canadá (1,09), Colômbia (1,09), Peru (1,09), Índia (1,12), França (1,16), Argentina (1,16) e Austrália (1,28). Por outro lado, é superior à da Alemanha (0,72), Suécia (0,55), Espanha (0,84), Portugal (0,85), Bélgica (0,93), Itália (0,94) e Chile (0,94).

    As razões para essa queda incluem a adoção de medidas de redução da circulação de pessoas, isolamento social, como fechamento de escolas e do comércio, e de prevenção, como uso de máscara, higiene das mãos e distância mínima de 2 metros entre as pessoas. Por outro lado, o relaxamento dessas medidas pode impactar no aumento dessa taxa.

    Casos e mortes

    A média móvel de casos – calculada com base em blocos de sete dias – neste sábado chegou a 43.505, número abaixo da taxa de 45.664 registrada no dia 25 de julho, há duas semanas – uma retração de 4,7%. Já a média móvel de mortes foi de 987,7 neste sábado, caindo para abaixo de 1.000 pela primeira vez desde o dia 2 de julho. Na comparação com duas semanas atrás, quando ela foi de 1.096,7, o recuo foi de quase 10%. O uso da média móvel, critério adotado por VEJA, permite uma melhor avaliação ao anular variações diárias no registro e envio de dados pelos órgãos públicos de saúde, problema que ocorre principalmente aos finais de semana.

    Continua após a publicidade

    Letalidade

    Outro fator animador é a queda da taxa de letalidade da doença, também revelada por VEJA nesta semana. O índice foi de 6,9% em 3 de maio para 3,4% na segunda-feira 3. Nos últimos meses, o indicador já vinha sendo reduzido constantemente, com 5,5% em 3 de junho e 4,1% em 3 de julho. As razões para essa queda incluem o aumento da testagem e a melhora na capacidade de tratamento dos casos mais graves.

    O índice brasileiro é melhor que o mundial, que hoje está em 3,8%, e de países da Europa como Alemanha (4,3%), Suécia (7,1%), Itália (14,2%), Espanha (9,9%). Por outro lado, é superior ao da Índia (2,1%) e Estados Unidos (3,3%), de acordo com informações do Our World in Data. Na Nova Zelândia, exemplo no combate à doença, a taxa de letalidade é de 1,8%.

    Continua após a publicidade

    O índice é calculado pelo número de óbitos em comparação com a quantidade de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus.

    Vacina

    O avanço na descoberta de uma vacina também é outro fator a permitir a viabilização de algum cenário positivo no horizonte, Em menos de dois meses, por exemplo, 60,6% dos voluntários no país já receberam as doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório Astrazeneca , de acordo com levantamento realizado por VEJA. A região em estágio mais avançado de testagem é São Paulo, com cerca de 1.700 de aplicações, o que resulta em 85% do número total.

    Um dos motivos para a escolha da aplicação dos testes de vacinas no Brasil foram os índices epidemiológicos da doença, que tinham altos patamares à época em que se anunciou a cooperação internacional. A estimativa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenadora do estudo, é que as aplicações terminem em no máximo 20 dias em São Paulo. O Rio de Janeiro e Salvador, que também participam do estudo, não divulgaram os prazos, mas não deve demorar. O Rio de Janeiro, por exemplo, que teve a missão de de recrutar 2.000 voluntários, já tem 61% das aplicações realizadas pelo laboratório do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).

    Continua após a publicidade

    Dados dos voluntários paulistas revelam que a vacina não causa efeitos colaterais severos. Houve apenas relato de incômodo no local da aplicação, dor de cabeça e quadros de febre de baixo a moderado (controlados com o medicamento paracetamol). Na universidade, o clima é de “otimismo” e “esperança”, como descrevem profissionais da entidade. Os resultados preliminares desta rodada de testes devem ser conhecidos a partir de setembro, diz o laboratório Astrazeneca.

    Na sexta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a assinatura de um documento base de produção de 100,4 milhões de vacinas em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Astrazeneca. Há a previsão de que sejam investidos pelo menos 1,8 bilhão de reais no processo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.