Dois dos estados mais afetados pela pandemia do novo coronavírus no país, Bahia e Ceará vivem ritmos diferentes na desaceleração geral de mortes pela doença que vem ocorrendo no Nordeste – na região, a média móvel de óbitos caiu 19,5% nos últimos quatorze dias, e todos os nove estados sofreram retração nesse período.
O Ceará viu a sua taxa de mortes cair de 26,3 para 16,7 nesta segunda-feira, 31 – o recuo de 26,5% só ficou atrás do de Sergipe, que liderou o ranking positivo com 38,1%. Já a Bahia, que experimentou uma redução de apenas 10,41%, pior apenas que a do Maranhão (10,1%), ainda ostenta a maior média móvel da região: 59,4 óbitos.
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Clique e AssineEm número de casos, no entanto, o Ceará manteve uma média móvel alta, de 1.341,30, nesta segunda-feira, 31, praticamente a mesma de quatorze dias atrás (1.363,30). Percentualmente, a Bahia se saiu um pouco melhor, com uma queda de 15,2%, ainda assim inferior à do Nordeste, que teve um recuo de 17,1% – como ocorre com mortes, o estado também tem a maior média móvel da região (2.788,4 casos).
Diante dos números ainda altos, principalmente na região metropolitana, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), não descartou adotar o lockdown, medida mais drástica de isolamento social, caso as cenas de pessoas sem máscaras nas ruas e aglomerações continuem a serem registradas na capital soteropolitana. “Nenhuma medida está descartada”, disse em entrevista coletiva no sábado, 29. Na mesma ocasião, ele anunciou a redução do horário de funcionamento do comércio em quatro bairros da cidade por até sete dias. Bares e restaurantes também vão funcionar em escala reduzida de horário, das 12h às 16h, durante a próxima semana como medida para conter o avanço da doença.
Por outro lado, o Ceará se prepara para retomar a rotina de aulas presenciais em creches e pré-escolas, sessões de cinema e de teatro a partir desta terça-feira, 1º. De acordo com decreto estadual, essas atividades terão liberação gradual na região metropolitana de Fortaleza. Salas de cinemas e de teatros, além de museus e bibliotecas vão poder receber o público até o limite de 35% da capacidade total.