Covid-19: cinco estados têm queda de mais de 25% em mortes em duas semanas
Santa Catarina teve o maior recuo, de 33,5%, na média móvel segundo levantamento de VEJA; metade das unidades da federação registrou algum recuo no período
Cinco estados brasileiros registraram quedas expressivas na média móvel de mortes pela Covid-19 nas últimas duas semanas, entre 6 e 20 de abril, segundo levantamento feito por VEJA com base nos números oficiais. No Brasil, a alta no período foi de 1,4%, o que mostra estabilidade.
A maior retração no período ocorreu em Santa Catarina: 33,5%, com a taxa passando de 113,7 para 75,6. Outros estados com recuos significativos foram Paraíba, Ceará, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, onde a média móvel de mortos caiu mais de 25% (veja quadro abaixo).
Em Santa Catarina, o governo tem adotado medidas de restrição de circulação para conter o vírus. No dia 9 de abril, a governadora em exercício, Daniela Reinehr (PSL), prorrogou por mais quatorze dias o decreto que proíbe eventos, reuniões e concentrações de pessoas em espaços públicos ou qualquer ambiente, além do consumo de bebidas alcoólicas no estabelecimento entre 22h e 6h. Práticas esportivas, transporte coletivo, supermercados, academias, cinemas, templos religiosos e a realização de cursos têm restrições de horário e capacidade.
Já o Rio Grande do Sul flexibilizou as restrições desde o dia 10 de abril. O comércio não essencial foi liberado para abrir nos finais de semana, seguindo protocolos, e foi ampliado o horário de funcionamento de bares e restaurantes. Mas o estado continua em bandeira preta por conta da alta ocupação de leitos de UTI, pelo menos, até o dia 26 de abril. Há dois meses, o Rio Grande do Sul está em “risco altíssimo”, entretanto, somente nas últimas semanas, o estado vem conseguindo ter queda em internações.
Em Mato Grosso, 27 municípios estão em nível alto de contaminação pela Covid-19. Com UTIs lotadas, o governo manteve por um tempo a proibição de todas as atividades econômicas das 19h às 5h e a partir das 12h aos sábados e domingos. Mas, em decreto assinado no dia 16 de abril, o estado flexibilizou o horário de funcionamento para até as 22h e mudou o início do toque de recolher das 21h para as 23h. Também passou a ser permitido o consumo de bebidas alcoólicas nos locais de venda, apenas para clientes sentados à mesa e obedecendo os limites de capacidade e horário. Essas restrições estarão vigentes enquanto a taxa estadual de ocupação de UTIs não ultrapassar 85%.
O Ceará, que vinha de um isolamento social rígido, deu início à flexibilização de medidas no dia 10 de abril: escolas, igrejas e atividades comerciais podem funcionar com limitação da capacidade. As atividades físicas individuais foram liberadas em espaços públicos, como praças e parques.
Já na Paraíba, o governo dará início a uma fase de reabertura a partir da próxima semana. Instituições superiores poderão retomar aulas práticas, e escolas privadas de ensino infantil e fundamental poderão funcionar no sistema híbrido – parte presidencial e parte à distância. Bares e restaurantes continuarão funcionado das 6h às 22h, com ocupação restrita, assim como templos religiosos. Já os estabelecimentos do setor de serviços e o comércio poderão funcionar até dez horas contínuas por dia, sem aglomeração de pessoas. Também continuará sendo permitido o funcionamento de salões de beleza, academias e instalações de acolhimento de crianças.
Alta
Por outro lado, seis estados registraram altas acima de 20% no número de mortes, segundo o levantamento de VEJA: Pará, Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro (veja quadro abaixo).