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Combate à fome no Brasil se estagnou, afirma ONU

Em 2017, por volta de 5,2 milhões de brasileiros passaram fome no país; número é semelhante aos de 2014, 2012 e 2010

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h10 - Publicado em 11 set 2018, 12h36
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  • Dados divulgados nesta terça-feira (11) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e um grupo de agências da ONU revelam que o combate à fome no Brasil se estagnou.

    A entidade estima que em 2017 havia “menos de 5,2 milhões” de brasileiros passando fome, uma mudança marginal em comparação aos números que vinham sendo apresentados nos últimos anos.

    Em 2014, essa taxa era de “menos de 5,1 milhões”. Dois anos antes, o volume era de 5 milhões. O ponto mais baixo foi atingido em 2010, quando “menos de 4,9 milhões” de brasileiros eram considerados famintos.

    Os números atuais estão distantes da realidade de 1999, quando 20,9 milhões de brasileiros eram considerados desnutridos. Em 2004, esse volume havia sido reduzido para 12,6 milhões e, em 2007, era de 7,4 milhões.

    Em termos porcentuais, entretanto, a FAO aponta que a taxa de pessoas desnutridas continua estável e inferior a 2,5% da população brasileira desde 2008.

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    O relatório, apresentado em Roma, aponta para uma elevação da fome no mundo. Uma das regiões mais afetadas pela nova realidade é a América do Sul. De acordo com a FAO, 4,7% da população da região era considerada desnutrida em 2014. Hoje, a taxa é de 5%.

    Se considerado o critério de insegurança alimentar severa, a América do Sul passou de uma taxa de 4,7% da população em 2015 para 8,7% em 2017. O salto foi de 19,4 milhões de pessoas para 36,7 milhões.

    Pessoas que passam um dia todo sem se alimentar ou famílias que têm seus estoques de comida esgotados vivem em uma situação de insegurança alimentar severa, segundo os padrões da organização.

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    Agravantes

    Na avaliação da FAO, os resultados na América do Sul podem ser consequência de “preços baixos nas exportações de commodities, o que levou os recursos financeiros para a importação de alimentos, reduziu a capacidade de governos de investir na economia e reduziu de forma significativa a receita fiscal necessária para proteger os mais vulneráveis contra o aumento de preços domésticos e a perda de renda”.

    De acordo com os estudos, mudanças climáticas têm tido um peso importante nessa nova realidade também. O alerta é de que, se nada for feito para lidar com temperaturas e eventos extremos, o problema vai aumentar.

    Neste aspecto, o Brasil e sua produção agrícola podem ser afetados. No período entre 2011 e 2016, o país já foi um dos mais prejudicados por anomalias no campo, incluindo as secas.

    (Com Estadão Conteúdo)

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