Reforma mostra ‘alta capacidade’ de negociação de Lula, diz Renan Filho
Em participação no programa Os Três Poderes, ministro dos Transportes, do MDB, diz que 'presidente foi ao extremo' nas negociações para acomodar o Centrão
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), foi o convidado da edição desta sexta-feira, 8, da live de Os Três Poderes, programa com análises sobre os principais fatos da semana, transmitido em todas as redes de VEJA. Uma das pautas em discussão foi a primeira reforma ministerial de Lula, tema da reportagem de capa da revista.
Questionado sobre a entrada do PP e do Republicanos na Esplanada, o ministro afirmou que “todo governo precisa no Brasil garantir governabilidade e sustentação congressual”, porque “sem isso é muito difícil implantar a sua agenda”. “O presidente Lula vem demonstrando, desde a campanha, que tem alta capacidade de articulação política”, disse Renan Filho.
“Depois de oito meses de governo, e observando que precisaria crescer um pouquinho mais a base, ele traz o Republicanos e o PP, sobretudo na Câmara dos Deputados, pra dar mais um passo no que concerne a ter uma sustentabilidade do governo no Congresso Nacional mais robusta. Isso é importante, todo governo precisa disso. O presidente Lula sabe bem disso e ele tem capacidade de organizar articulação. Foi isso que ele fez nessa pequena reforma”, acrescentou.
Ainda no mesmo tema, o emedebista afirmou que “as mudanças são difíceis” e que “o presidente negociou bastante”. Especificamente sobre a saída de Ana Moser do Esporte para a entrada de André Fufuca, o ministro disse que não foi uma decisão confortável para o presidente. “Ele [Lula] deixou claro que não gostaria de mudar ministros, muito menos a Ana Moser, que é uma pessoa que tem relação próxima, que trabalhou na campanha, que o presidente tem admiração por ela. Mas, como precisa, é uma imposição fática, não é preferência”, salientou o ministro.
“Essa reforma foi com esse claro objetivo [sustentabilidade na Câmara] e o presidente Lula, muito experiente no campo da política, percebeu que esse era o caminho. Mas ele não fez de maneira graciosa, ele negociou, ele levou ao extremo [as negociações] e fez valer o interesse do Executivo nessa reforma”, completou o ministro dos Transportes.
Assista a entrevista completa:
Por que os ministérios são tão cobiçados? Entre os motivos, conforme mostra capa de VEJA, estão: poder, aumento de cacife político dos partidos à frente das pastas e acesso a verbas bilionárias. Além disso, o cargo pode ser um propulsor natural de carreiras em Brasília, tendo em vista os casos de FHC e Dilma Rousseff, que foram ministros e posteriormente, presidentes.