Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coleta de neblina garante água limpa para cidade sul-africana

Por Por Sibongile Khumalo
1 nov 2011, 15h52

Quando a neblina se concentra sobre as montanhas no entorno de uma remota cidade da Áfrida do Sul, as crianças olham para o alto com excitação, sabendo que terão água limpa na escola.

Assim como ocorre em muitas áreas rurais do país, a água corrente na cidade de Tshiavha, província de Limpopo, é escassa, mas redes de coleta de neblina, montadas nas escolas, trazem algum alívio.

Paisagens montanhosas e o clima úmido fazem da cidade de Tshiavha uma das poucas regiões na seca África do Sul onde a neblina pode ser coletada com um sistema usado nos Andes e no Himalaia e que ainda é uma novidade por ali.

Mas com a previsão dos especialistas de que a África Austral ficará mais seca e mais quente nas próximas quatro décadas, estratégias como esta têm atraído novos olhares, enquanto a África do Sul se prepara para sediar a próxima rodada de negociações climáticas da ONU, no final do mês.

Continua após a publicidade

Montadas em 2007, com a ajuda de uma universidade local, as redes coletoras de neblina garantem até 2.500 litros de água em um dia bom.

“A água é limpa e segura, e não contém produtos químicos”, afirmou Lutanyani Malumedzha, diretor da escola fundamental de Tshiavha.

Segundo Malumedzha, o acesso à água limpa melhorou significativamente a saúde das crianças da escola e reduziu o surto de doenças hídricas.

Continua após a publicidade

“As crianças costumavam levar suas próprias garrafas d’água para a escola, durante os meses secos e quentes. A água, retirada de poços lamacentos, era inadequada ao consumo humano”, disse Malumedzha.

Em algumas áreas, comunidades compartilham a água potável com o gado.

Embora a qualidade da água na África do Sul seja considerada uma das melhores do mundo, comunidades rurais estão muito atrasadas quando se trata de água corrente.

Continua após a publicidade

“Aprendemos a valorizar a água e a tratá-la como uma commodity preciosa”, explicou Malumedza.

“Nenhuma gota é desperdiçada. Parte dela vai para lá”, acrescentou, apontando para uma horta que abastece a escola com alimentos.

A malha de 4 metros de altura, montada no playground da escola, lembra uma rede de vôlei, exceto pela canaleta que conduz as gotas para um tanque construído a alguns metros dali.

Continua após a publicidade

Malumedza explicou que o requer dispensa equipamentos eletrônicos e requer pouca manutenção.

Como se trata de um país relativamente seco, a água é escassa na África do Sul e áreas remotas sem infraestrutura são as mais afetadas pelas mudanças no padrão climático.

“Esta é uma alternativa com boa relação custo-benefício, que pode ser explorada de forma eficiente, em vista dos desafios hídricos que o país enfrenta”, explicou Liesl Dyson, pesquisadora da Universidade de Pretória.

Continua após a publicidade

A província de Limpopo, ao norte, na fronteira com Botsuana, Zimbábue e Moçambique, onde fica o famoso Parque Nacional Kruger, é uma das regiões mais quentes do país.

Mas este é um dos poucos lugares do país com um clima propício para a coleta de neblina.

“A neblina apenas não é suficiente, também é necessário vento para soprá-la”, explicou Dyson.

“Não ajuda muito se a neblina apenas se concentrar nas montanhas, sem se mover”, acrescentou.

Segundo ela, o sistema foi usado em algumas áreas na costa oeste e no Transkei, província do leste do Cabo.

De acordo com o Conselho para a Pesquisa Industrial e Científica, a África do Sul tem um índice pluviométrico anual de 490 milímetros, a metade da média mundial.

Mesmo sem considerar os efeitos das mudanças climáticas, espera-se que a África do Sul enfrente escassez hídrica em 2025 e há planos de construir uma nova represa em Lesoto para levar mais água ao país.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.