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Cidades do Norte e do Noroeste fluminense atingidas pela chuva começam reconstrução

Prefeitos tentam evitar problemas com verbas que prejudicaram recuperação da região serrana

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 jan 2012, 10h49

Moradores dos municípios do Norte e do Noroeste Fluminense começam, enfim, a respirar aliviados. O nível do rio Muriaé voltou ao normal no fim da semana passada e o risco de inundação diminuiu. Os problemas, no entanto, estão longe do fim. A expectativa é de que o governo federal reconheça a situação de emergência de 11 cidades no início desta semana. Dentro de sete dias, os prefeitos também devem traçar suas prioridades para a reconstrução dos municípios. E é aí que as dificuldades chegam à sua segunda etapa. Pelo exemplo da Região Serrana, a tragédia recomeçou quando a verba foi aportada nas cidades e a farra com o dinheiro público rolou solta.

Uma das facilidades abertas pela decretação de situação de emergência é a dispensa de licitação. Algumas obras são fundamentais para o retorno da normalidade na cidade, como construção de pontes e desobstrução de estradas. E a espera até o fim da burocracia pode ser tempo demais para quem precisa resolver problemas urgentes de infraestrutura. Mas é nesse momento também que o espírito de “levar um dinheiro por fora” fala mais alto em alguns políticos. Em janeiro de 2011, logo depois das mais de 900 mortes por causa da enxurrada, o dinheiro foi parar no mesmo mar de lama onde estavam os restos de casas e de corpos.

Em Nova Friburgo, a cidade mais afetada pelas chuvas em 2011, foi contratada, sem licitação, uma empresa responsável por fazer as refeições do hospital municipal Raul Sertã. Sob o pretexto de se tratar de um estado de calamidade pública, a contratação custou 900 mil reais, bem acima do valor de mercado. Também sem licitação se deu a contratação de uma empresa de manutenção de equipamento médico. Se comparada às centenas de necessidades de Friburgo naquele janeiro, a modificação na refeição hospitalar deveria ficar na lanterna das prioridades.

“Entraremos agora na fase de reabilitação do cenário do desastre. É uma fase demorada, que deve durar, pelo menos, seis meses”, diz o coordenador da Defesa Civil do Noroeste do Rio de Janeiro, coronel Douglas Júnior Paulich. De acordo com o coordenador, há muito que ser feito nessa etapa. Será necessário reconstruir estradas, pontes, restabelecer taludes, pavimentar ruas.

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Uma das cidades mais afetadas foi Laje do Muriaé, que chegou a ter 25% de sua população desalojada. O prefeito, José Eliézer Tostes Pinto, comemorou o retorno do rio Muriaé ao seu nível normal. A fase agora é de limpeza e de recuperação dos prédios públicos. Com a entrada de recursos, a prefeitura pretende investir na reparação de estradas vicinais e em muros de arrimo. Os governos estadual e federal prometeram destinar 350 milhões para obras em três canais extravasores de cheias e em uma barragem de contenção, sendo que o primeiro extravasor será feito em Laje do Muriaé.

O andamento normal de obras desse tipo não é dos mais rápidos. Há, entre outros problemas, dificuldade de elaborar projetos de reconstrução. A maior parte dos municípios não tem mapas detalhados e áreas preparadas para realocar a população afetada. O exemplo da região serrana do Rio é desanimador. Foram necessários 365 dias para que o governo do Rio anunciasse a construção de 2.166 unidades habitacionais e 68 unidades comerciais em Nova Friburgo.

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