Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Caso Marielle: um segundo mistério

O enredo da investigação ganha contornos cada vez mais novelescos

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 4 jun 2024, 14h51 - Publicado em 14 fev 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Escritório do Crime, grupo de milicianos e matadores de aluguel liderado pelo ex-capitão da PM Adriano da Nóbrega, se conectou com o assassinato da vereadora Marielle Franco através de Ronnie Lessa, policial aposentado que integrava o bando. Lessa e mais um ex-PM, Élcio Queiroz, estão presos desde março de 2019, acusados de terem executado Marielle. O enredo ganhou contornos novelescos quando se soube que Lessa morava no condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro — também o endereço residencial do presidente Bolsonaro no Rio. E extrapolou para o delírio quando o Jornal Nacional divulgou a notícia de que um porteiro, em depoimento à polícia, afirmara que horas antes do crime Queiroz havia estado no condomínio — e quem teria autorizado a entrada dele fora “seu Jair” (o presidente Bolsonaro). A versão seria imediatamente desmentida pelos fatos, entre eles a comprovação de que naquele dia Bolsonaro, ainda deputado, estava na Câmara, em Brasília. Na terça-feira 11, a Polícia Civil do Rio enterrou de vez a história ao divulgar um laudo que atesta que a voz do porteiro que atendeu Queiroz e interfonou para liberar a entrada dele no condomínio nem sequer era a de Alberto Ferreira Mateus, o autor da falsa denúncia.

    O mistério, porém, não foi totalmente esclarecido. Em outubro, Mateus prestou dois depoimentos à polícia, reiterando ter falado com “seu Jair” pelo interfone. Diante da gravidade da informação, o Ministério Público estadual encaminhou consulta ao Supremo Tribunal Federal sobre como deveria proceder. Antes da resposta, veio a divulgação do depoimento. Na época, Carlos Bolsonaro, o filho Zero Dois, postou nas redes sociais um áudio que provava que a autorização para a entrada de Queiroz havia sido dada pelo próprio Ronnie Lessa. Horas mais tarde, a dupla partiria do condomínio para executar Marielle Franco. Em dezembro, Alberto Mateus, que mora num bairro dominado por milícias na Zona Oeste carioca, prestou novo depoimento e admitiu que se equivocara. Ele, no entanto, não esclareceu — nem a polícia parece ter se empenhado muito até agora em tentar descobrir — se existe algo mais por trás dessa história do que uma insólita e inacreditável confusão.

    Publicado em VEJA de 19 de fevereiro de 2020, edição nº 2674


    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.