Caso Marielle: filho de Suel se entrega à PF após mandado de prisão
Maxwell Junior é acusado de herdar do pai o comando de esquema de "gatonet" em bairro na Zona Norte do Rio

Filho do ex-bombeiro preso acusado de participar da elaboração da morte de Marielle, Maxwell Simões Corrêa Júnior foi à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, na noite desta segunda-feira, 8, para se entregar. Ele tinha mandado de prisão em aberto, após ser um dos alvos de operação da corporação junto ao Ministério Público do Rio, deflagrada na última sexta-feira, contra serviço clandestino na Zona Norte do Rio.
A PF investiga a atuação de Maxwell Simões Corrêa, ex-bombeiro conhecido como Suel, preso há duas semanas, que seria o líder de um esquema de “gatonet” no bairro de Rocha Miranda e em localidades vizinhas. A administração do esquema, segundo a delação de Elcio de Queiroz, seria compartilhada com Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos na morte de Marielle. Suel também é acusado de tentar obstruir as investigações do crime. O serviço clandestino foi alvo da operação mais recente, que rendeu a Suel novo mandado de prisão, agora por lavagem de dinheiro, além de medidas restritivas à sua mulher, Aline Siqueira, que não pode visitá-lo no presídio, em Brasília.
Acusado de participar do esquema do pai, ao assumir a administração do serviço após o avanço das investigações no caso Marielle, Maxwell Júnior não foi encontrado na sexta e, por isso, o mandado de prisão seguia em aberto. Para sua defesa, “não há no processo nada que o tenha atrelado ao cometimento de crimes”, nem provas de que ele desempenhava papel criminoso no serviço clandestino que justificasse a prisão preventiva. “Ele foi preso exclusivamente por ser filho do Maxwell, que está sendo investigado pela morte de Marielle. Porque indícios ou provas, dentro da investigação, não há”, disse o advogado Felipe Junior. Segundo ele, a decisão de se apresentar à Justiça do próprio Maxwell Junior, para que ele não permanecesse como foragido e para tentar revogar a prisão preventiva. Ele foi transferido nesta manhã para o presídio de Benfica, na capital carioca.
Na operação, o único preso foi Wellington de Oliveira Rodrigues, o Manguaça, acusado de herdar o comando do esquema ao lado do filho de Suel. Outros alvos seguem foragidos, como o sargento da polícia militar Sandro dos Santos Franco. Ele é lotado na UPP do Morro da Formiga, que fica na região da Grande Tijuca, na capital carioca, e não foi localizado, apesar do reforço da PM em sua busca na última semana.