Um dos segredos da excelência do jornalismo de VEJA é a multiplicidade de temas, em riqueza afeita a atender os mais diversos perfis. Na edição da semana passada, em reportagem de capa, a mais completa entrevista feita com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, gerou intensa repercussão em outros órgãos de imprensa e nas redes sociais, e ajudou a esclarecer as tenebrosas transações à sombra do movimento golpista de 8 de janeiro do ano passado, triste capítulo da recente história do Brasil. Esta semana, um dos destaques é o mergulho nas 4 000 páginas da investigação que apurou a morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega, o chefe do chamado Escritório do Crime, miliciano acusado de envolvimento com o jogo do bicho e com o clã Bolsonaro em alguns episódios nebulosos.
Aos assuntos do escaninho político, por vezes áridos, mas necessários, fortes e inevitáveis, VEJA sempre somou textos que visam enriquecer as informações em outros setores do interesse humano — na medicina, na cultura, no esporte, onde houver conhecimento e notícias que mereçam ser explorados e explicados. O editor de saúde Diogo Sponchiato trouxe para as Páginas Amarelas as respostas sagazes do imunologista americano Jim Allison, prêmio Nobel por suas descobertas em torno da imunoterapia, o mais moderno recurso para o tratamento de câncer. “É o exemplo de um cientista obstinado que mudou a história”, diz Sponchiato.
Refazer a história, aliás, cada qual em sua atividade, foi o objetivo de outros personagens de relevo da atual edição. A repórter Kelly Miyashiro ouviu a atriz e diretora Jodie Foster, estrela da quarta temporada da série True Detective, que tratou com ênfase das narrativas centralizadas em mulheres. Em toada semelhante seguiu a diretora americana Sofia Coppola — cujo filme Priscilla acaba de chegar às telas no Brasil —, entrevistada para a seção Conversa pela editora Raquel Carneiro. “É nome incontornável do cinema, mas com apelo especial para espectadores mulheres”, diz Raquel. “Logo, foi um deleite profissional e pessoal ouvi-la.” Prazer dividido com o repórter Felipe Branco Cruz, que ouviu o roqueiro Bruce Dickinson, da banda Iron Maiden, hoje em carreira solo, na música e nos quadrinhos, em bate-papo regado — pasmem — a chá com leite. “Grandes estrelas do rock são sempre imprevisíveis, porque há o risco de dar errado sem aviso prévio”, diz Branco Cruz. “As razões são diversas. Pode ser a necessidade de poupar a voz para o show, a falta de vontade de falar com a imprensa, qualquer coisa. Felizmente Dickinson não é dessa turma.” VEJA, em sua missão de informar, entreter e fortalecer a democracia, estará sempre onde há notícia — transportando o leitor para perto de figuras que merecem ser levadas à ribalta, com inteligência.
Publicado em VEJA de 12 de janeiro de 2024, edição nº 2875