Entre os mais de 800 ingressos para competições e cerimônias olímpicas apreendidos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, na última sexta-feira, havia alguns que pertenciam a Comitês Olímpicos nacionais. Um deles, obtido pelo site de Veja, de entrada para a grande festa de abertura dos Jogos, estava em nome do Comitê da Irlanda. Justamente o país de origem do cambista preso com os bilhetes, em um hotel na Barra da Tijuca.
Os agentes investigam ainda outros ingressos que tinham os nomes de outros países gravado na face: Grécia, Letônia e Panamá são alguns deles. A Polícia Civil tenta entender agora se eles são ligados aos comitês desses países.
Segundo a Polícia Civil, ainda não é possível afirmar se a empresa credenciada que repassou os ingressos para a THG estava envolvida no esquema. As entradas foram revendidas a preços exorbitantes e serão canceladas pelo Comitê Rio 2016.
Cada um dos 32 dos ingressos para a Cerimônia de Abertura, por exemplo, era vendido a 8 mil dólares, cerca de 25,4 mil reais. O preço incluía um coquetel no Copacabana Palace, que foi “desmarcado” e substituído pelo evento na Barra da Tijuca, onde aconteceu o flagrante. A empresa esperava lucros de até 10 milhões de reais.
Como mostrou o site de Veja, na última sexta-feira, dia 5, o irlandês Kevin James Mallon, diretor financeiro da empresa britânica THG, foi preso durante um coquetel na Barra da Tijuca, no qual deveria entregar os ingressos pelo menos 20 compradores.
Segundo o delegado Ricardo Barbosa, que comandou a operação, o irlandês teria “reclamado” da dificuldade de revender ingressos no Brasil. “É o único país em que não conseguimos lucrar”, teria dito Mallon.