O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ironizou a intenção do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) de pedir ao Supremo Tribunal Federal o uso de um fundo de 2,5 bilhões de reais, com dinheiro recuperado dos casos de corrupção da Petrobras, para aplicá-lo na educação e na Amazônia, que tem sofrido com o aumento do desmatamento e dos incêndios.
“É verdade que o Rodrigo Maia falou que vai dar 2 bilhões de reais do fundo partidário para combater incêndios? Vi uma notinha na imprensa aí”, questionou Bolsonaro. Ele reagiu ao ser indagado se a liberação de recursos estaria entre as iniciativas do governo para ajudar no combate às queimadas na região amazônica.
“O problema é recurso”, respondeu. O montante questionado por Bolsonaro representa o aumento defendido por Maia e parlamentares no fundo partidário, que pode chegar a 3,7 bilhões de reais nas eleições municipais do ano que vem. Pelo Twitter, Maia anunciou o pedido apresentado ao STF. “Recursos que estão parados e entrariam hoje no caixa do governo e poderiam, inclusive, ir para os estados da região”, escreveu. Maia considerou a sua proposta “efetiva”.
Ainda, em meio a críticas contra o governo de Jair Bolsonaro na área ambiental, Maia afirmou na última quinta-feira, 22, que pretende dialogar com parlamentos europeus sobre a Amazônia. Durante a conversa com jornalistas, Bolsonaro evitou comentar o esforço de aproximação do presidente da Câmara no exterior.
As queimadas que atingem a região amazônica nos últimos dias vêm despertando preocupação dos governos europeus, com ampla repercussão negativa sobre o governo. Ontem, Bolsonaro convocou uma reunião de emergência com oito ministros. Em seguida, determinou a todos os seus ministros, em suas áreas de competência, que adotem “medidas necessárias para o levantamento e o combate a focos de incêndio na região da Amazônia Legal para a preservação e a defesa da floresta amazônica”.
(Com Estadão Conteúdo)