Bolsonaro: não há morte de criança que justifique emergência com vacina
Discurso do presidente é semelhante ao do ministro Marcelo Queiroga, que defende a necessidade de prescrição médica para imunizar o público infantil
O presidente Jair Bolsonaro disse a jornalistas no Palácio do Alvorada, nesta sexta-feira, 24, que não há justificativa para decisão emergencial sobre vacinação de crianças de cinco a onze anos contra a Covid-19.
“Não está havendo morte de criança que justifique algo emergencial”, afirmou. “Está morrendo criança de cinco a onze anos que justifique algo emergencial? É pai que decide, em primeiro lugar”, acrescentou.
O discurso do presidente é semelhante ao que falou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na quinta-feira 23, e contraria especialistas que defendem a imunização do público infantil.
Na sequência, Bolsonaro ressaltou que não quer determinar nada a respeito do assunto. “Se tem um problema na Saúde, vão me culpar. Quando quero dar opinião, estou interferindo. Situação minha é complicada.”
O governante revelou ainda que preencheu o questionário elaborado pela Saúde sobre o tema e defendeu a necessidade da prescrição médica para que as crianças sejam inoculadas.
“Eu não sou médico, mas tenho uma filha de onze anos. Mas já tinha respondido, tenho um médico do meu lado aqui [ele estava com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado]. Eu acho que qualquer procedimento tem que passar pelas mãos do médico, tá ok?”, salientou.
No último dia 16, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do imunizante da Pfizer no público infantil. Nesta sexta, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) decidiu por não exigir receita médica para vacinar os menores de doze anos.